Como Trump afastou Ewan McGregor de Piers Morgan
Ewan McGregor tinha aceitado estar presente na edição desta terça-feira do programa Good Morning Britain, do canal ITV, para falar sobre Trainspotting 2, a sequela da longa-metragem de sucesso que Danny Boyle realizou em 1996. No entanto, o ator recuou na decisão quando percebeu, contou no seu perfil oficial de Twitter, que quem conduz o formato é Piers Morgan.
"Eu ia ao Good Morning Britain, mas sem perceber que Piers Morgan é o apresentador. Não vou estar com ele depois dos comentários que fez sobre a Marcha das Mulheres", explicou.
McGregor referia-se aos tweets do jornalista que contestaram o protesto da passada sexta-feira, no dia da tomada de posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
A resposta não se fez esperar. Ou as respostas. A primeira surgiu durante a emissão do programa em direto. "Só porque eu não achei que a marcha foi uma coisa fantástica e não concordei com ela, Ewan McGregor, que é um ator e que estaria aqui para falar sobre um filme, decidiu que não viria falar sobre esse filme. Acho que é uma vergonha", disse Piers Morgan.
O apresentador prosseguiu no Twitter e no Daily Mail, onde assinou um texto de opinião integralmente dedicado ao ator. "Se tivéssemos feito a entrevista [no programa], eu poderia ter-lhe perguntado como é que o seu apoio heroico às mulheres justifica o facto de ter trabalhado com [o realizador] Roman Polanski, um abusador de crianças confesso e condenado, no filme The Ghostwriter. Polanski declarou-se culpado da violação de uma menina de 13 anos, e em seguida fugiu da América para escapar a uma longa pena de prisão", escreve no site. Recorde-se que o cineasta foi condenado em Los Angeles, em março de 1977, por cinco crimes contra Samantha Gailey.
"McGregor, que tem quatro filhas, foi questionado [sobre uma nova ordem de detenção de Polanski] e respondeu: 'sinto-me triste pelo Roman porque ele é um homem velho a quem eu sou incrivelmente afeiçoado. Eu gosto dele como um homem", termina o jornalista.
No Twitter, acrescentou: "Ewan McGregor odeia a forma como o Trump lida com as mulheres, mas adora o Roman Polanski que violou uma rapariga de 13 anos".