Como se elege o líder do PP em Espanha?

Militantes do Partido Popular vão esta quinta-feira a votos, para a primeira parte de um processo a duas voltas que só culmina no congresso extraordinário de 20 e 21 de julho, que acontecerá em Madrid
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Porque é que é preciso eleger um novo líder do Partido Popular (PP) espanhol?

Presidente do PP desde 2 de outubro de 2004, depois de um ano como secretário-geral, Mariano Rajoy anunciou a 5 de junho que iria deixar a liderança partidária. Uma decisão tomada após ter sido afastado do cargo de primeiro-ministro espanhol, ao perder uma moção de confiança no Congresso dos Deputados que pôs o socialista Pedro Sánchez no poder. A sua decisão desencadeou a necessidade de convocar um congresso extraordinário do PP para 20 e 21 de julho.

Como é que será eleito o sucessor de Rajoy?

O PP mudou as regras do jogo em janeiro de 2017 e o próximo líder será eleito num processo a duas voltas, mais complexo do que o de outros partidos onde a escolha recai sobre os militantes.

Os militantes não têm uma palavra a dizer?

Sim, têm. Os militantes do PP que se inscreveram para votar (só 66 384, equivalente a 7,6% do total de mais de 800 mil militantes) vão eleger este 5 de julho, entre as 09.30 e as 20.30 locais (mais uma hora que em Lisboa) os 3134 delegados ao Congresso. Estes podem ser natos (são os 522 membros da Junta Diretiva e da Comissão Organizadora do congresso) ou eleitos a nível provincial ou municipal (tiveram também que apresentar uma candidatura). São os delegados que, no congresso de 20 e 21 de julho, vão eleger o líder.

E não votam nos candidatos a suceder a Rajoy?

Sim, os militantes também vão dar o seu apoio direto aos pré-candidatos, num segundo voto secreto. Serão proclamados candidatos à presidência do PP os dois pré-candidatos que tiverem obtido o maior número de votos válidos.

Isso significa que o futuro presidente pode não ser o mais votado pelos militantes?

Só se um pré-candidato tiver mais de 50% dos votos válidos, uma diferença igual ou superior a 15 pontos percentuais sobre os outros pré-candidatos e tiver sido o mais votado em metade das circunscrições é que será proclamado como candidato único à presidência no congresso extraordinário. Algo que parece pouco provável. De outra forma, como a eleição é feita pelos delegados, o mais votado pelos militantes não tem garantida a vitória e pode não ser o sucessor de Rajoy. Mesmo se só houver um candidato, o seu nome é submetido a votação.

Quem pode ser pré-candidato?

Segundo o regulamento do congresso, podiam ser pré-candidatos todos os afiliados com mais de um ano no partido que tinham as quotas em dia. Tinham que apresentar a pré-candidatura até 20 de junho, incluindo o apoio de pelo menos 100 afiliados, também com as quotas em dia. Os candidatos foram conhecidos dois dias depois.

Então quantos pré-candidatos há?

Houve sete pré-candidaturas, mas só seis cumpriram os requisitos. Os candidatos são o vice-secretário de Comunicação do PP, Pablo Casado; o ex-responsável pelas Relações Internacionais do PP, José Ramón García Hernándes; o ex-chefe da diplomacia e deputado José Manuel García-Margallo; a secretária-geral do partido e antiga ministra da Defesa, María Dolores de Cospedal; a ex-número dois do governo de Rajoy, Soraya Saénz de Santamaría; e o vereador do PP de Valência, Elio Cabanes Snachís.

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