Comissão Europeia já tem pronto comunicado a rejeitar renegociação do Brexit

Bloomberg avança que a Comissão Europeia e os governos dos restantes países da UE já têm preparado um comunicado a reafirmar que o acordo de saída dos britânicos não está aberto a qualquer renegociação
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Sem esperar pelo resultado do debate e da votação das emendas no Parlamento do Reino Unido, a Comissão Europeia já tem preparado um comunicado a reafirmar que o acordo de saída dos britânicos da UE, prevista para 29 de março, não está aberto a renegociação.

"A UE27 e a Comissão já prepararam uma reação para o caso de a emenda Brady ser aprovada esta noite dizendo que não irão renegociar o acordo de saída", disse uma fonte oficial, à Bloomberg, a coberto do anonimato. Outra fonte europeia, citada pelo Guardian, falou no mesmo sentido e disse que esta é o único tipo de reação possível a esperar por parte dos europeus.

Das 15 emendas apresentadas pelos deputados, o líder da Câmara dos Comuns, John Bercow, escolheu apenas sete para o debate. Às 19.00 será confirmado que emendas vão adiante, para votação, que emendas são retiradas. A referida emenda Brady é apoiada pela própria May. É apresentada pelo líder do Comité 1922 (que reúne os deputados conservadores que não têm cargos no governo), Graham Brady. E defende que o backstop, que não recebe o apoio até dos conservadores que alegam que a União Europeia ainda fica com o controlo, deve ser "substituído por disposições alternativas".

Durante o debate desta tarde, Brady disse que, se aprovada, a sua emenda permitiria a May regressar a Bruxelas com maior legitimidade para renegociar com a UE o acordo do Brexit. Porém, segundo o Guardian, durante uma conversa telefónica que teve com a primeira-ministra britânica, Theresa May, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, avisou que a UE não vai mudar de posição em relação à sua recusa em alterar o acordo.

O acordo do Brexit, fechado entre Londres e a UE27 no final de novembro, foi chumbado na câmara dos Comuns no passado dia 15. O ponto da discórdia é o backstop, ou seja, mecanismo de salvaguarda para impedir o regresso de uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda depois de o Reino Unido sair da UE.

Ao início desta terça-feira, May, do Partido Conservador, indicou que iria pedir alterações ao acordo à UE. Porém, isso não significa que consiga. No debate, o líder do Labour, Jeremy Corbyn, defendeu uma extensão ao Artigo 50º durante um prazo máximo de três meses. Outros, como o líder dos rebeldes conservadores eurocéticos, Jacob Rees-Mogg, consideram que o melhor é uma saída sem acordo, o chamado No Deal Brexit.

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