Que vai fazer o Governo da Base aérea do Montijo?

Comissão de Defesa insiste em saber planos do Governo para Base aérea do Montijo
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O presidente da comissão parlamentar de Defesa requereu mais informação ao Governo sobre os estudos que visam a eventual instalação de um aeroporto civil complementar na Base militar do Montijo.

O pedido surge na sequência da resposta da administração da ANA - Aeroportos de Portugal à comissão parlamentar, esta semana, que faz referência à "existência de trabalhos fundamentais com impacto na Força Aérea" desenvolvidos "de forma bilateral e reservada entre a NAV e a Força Aérea" por um grupo de trabalho designado pelo ministro do Planeamento e Infraestruturas.

Em requerimento dirigido à secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares, Marco António Costa solicitou que, através do ministério da Defesa, sejam disponibilizados os trabalhos desenvolvidos pelo "grupo de trabalho que integra elementos da Força Aérea".

Marco António Costa justificou o pedido "atendendo às competências da Comissão de Defesa Nacional, de fiscalização e acompanhamento das matérias da área da Defesa, nas quais se incluem as condições de operacionalidade da Força Aérea", lê-se, no requerimento, a que a Lusa teve acesso.

O primeiro pedido de informação sobre a matéria tinha seguido em maio passado para o ministério da Defesa, que respondeu há cerca de duas semanas, dando conta de um relatório, ainda em análise, que concluía que a conversão da Base Aérea do Montijo para receber um aeroporto civil implicaria "não só avultados investimentos como o aumento dos custos de operação" para a Defesa Nacional.

"Haverá necessidade de serem efetuadas alterações em termos de infraestruturas, que implicam não só avultados investimentos como também um aumento dos custos de operação para a Defesa Nacional, de montante ainda não apurado nesta fase", referia a resposta enviada pelo ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes.

A carta enviada à comissão indica que em abril foi constituído um grupo de trabalho com elementos da Força Aérea, da Direção Geral de Recursos de Defesa Nacional, da ANA Aeroportos e da NAV, EPE, para estudar a viabilidade de conversão da Base Aérea nº 6, Montijo, ao tráfego civil.

Na resposta dirigida à comissão parlamentar de Defesa, a administração da ANA - Aeroportos de Portugal afirmou ainda ter elaborado estudos sobre "o possível desenvolvimento do tráfego e à compatibilização das operações civis no Aeroporto Humberto Delgado com uma operação civil no Montijo".

Segundo a proposta das Grande Opções do Plano, o Governo quer decidir no próximo ano o futuro do aeroporto de Lisboa, que pode passar pela sua expansão, ou pela existência de uma infraestrutura complementar.

No documento, a que a Lusa teve acesso, lê-se que "o Governo iniciou, em 2016, os estudos de avaliação da capacidade futura do Aeroporto Humberto Delgado, de modo a que, durante o ano de 2017, sejam tomadas as decisões necessárias sobre esta matéria".

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