Começou o ataque final ao Estado Islâmico na Síria
"Não há mais nada em Baghuz, exceto os terroristas", disse um porta-voz da aliança SDF, liderada por curdos, referindo-se aos militantes do Estado Islâmico (EI). A aldeia no leste da Síria foi cercada pela SDF há várias semanas. Esta ofensiva foi adiada para permitir que milhares de civis, a maioria mulheres e crianças, fossem evacuados.
O porta-voz da SDF (Forças Democráticas da Síria), Mustafa Bali, disse que suas forças se mudaram para a vila, que fica na margem leste do rio Eufrates, perto das fronteiras iraquianas, às 16:00 - depois da partida do último grupo de civis.
"Esperamos uma batalha feroz e pesada", adiantou Bali à agência de notícias Reuters.
O responsável da SDF não quis especular sobre a duração desta ofensiva, mas a SDF disse na quinta-feira que espera uma vitória final dentro de uma semana.
Baghuz é o último reduto do EI na Síria. A sua queda seria significativa, mas especialistas citados pela BBC, prevêm que o grupo permacerá uma ameaça à segurança enquanto a sua capacidade de atrair seguidores persistir.
Cerca de 20.000 civis foram levados pelo SDF para um acampamento improvisado para pessoas deslocadas em al-Hol, na província de Hassakeh, nas últimas semanas. Entre eles estão as esposas e filhos de militantes do EI e muitos estrangeiros.
Vários membros do EI também se renderam nos últimos dias. Alguns foram encontrados com armas escondidas durante a sua rendição, de acordo com a televisão curda Ronahi, pró-SDF. Centenas de outros militantes do EI permanecem em Baghuz, mas não se conhece um número exato.
No Telegram, uma app de mensagens, os apoiantes do IE lançaram uma campanha pedindo intervenção divina em apoio aos jihadistas. No seu auge, há cinco anos, o EI controlava 88 mil quilómetros quadrados do território que se estende do oeste da Síria até o leste do Iraque. A SDF diz que o grupo jihadista agora está contido em menos de meio quilómetro quadrado.
As autoridades curdas afirmam que um grupo de 21 mulheres yazidis e crianças retornaram ao Iraque da Síria na sexta-feira, depois de mais de quatro anos em cativeiro.
Militantes do EI mataram ou sequestraram mais de 9.000 membros deste grupo religioso minoritário, o que foi considerado pelas Nações Unidas de "genocídio".