O processo teve início às 09:30 locais (07:30 TMG) numa sala austera, não muito grande, com paredes pintadas de cores sóbrias, mesas de madeira escura e umas dezenas de cadeiras, situada num edifício junto à Basílica de São Pedro..Até ao momento desconhece-se quanto tempo durará o julgamento e até mesmo esta primeira audiência do caso que ficou conhecido como "Vatileaks"..O tribunal é formado pelo presidente, Giuseppe dela Torre, e pelos também magistrados Paolo Papanti Pelletier e Venerando Marano..Até à sua detenção, a 23 de maio, Paolo Gabriele, laico crente de 46 anos, pai de três crianças, cidadão e residente no Vaticano, era um fiel servidor do papa Bento XVI. .Gabriele, que ficou em prisão domiciliária no Vaticano a 21 de julho depois de 53 dias de prisão numa célula do palácio da justiça, nas traseiras da basílica de São Pedro, era o primeiro e o último a ver o papa todos os dias. O mordomo preparava os hábitos de cerimónia e servia as refeições a Bento XVI. .O mordomo é suspeito de durante meses ter furtado ao secretário particular do papa, monsenhor Georg Ganswein, um elevado número de cartas e correios ultrassecretos, incluindo alguns dirigidos a Joseph Ratzinger, e de os ter fotocopiado para os transmitir para o exterior. .A instrução do processo, que fechou parcialmente a 13 de agosto, determinou o julgamento de Paolo Gabriele e do informático Claudio Sciarpelletti..Acusado de roubo agravado, o mordomo arrisca uma pena entre um e seis anos de prisão. O informático acusado de encobrimento "arrisca pouco ou nada", afirmou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.