Começou julgamento do comandante do Costa Concordia
A primeira audiência do julgamento, a que assistiu o próprio Francesco Schettino, realizou-se no passado dia 09 de julho, mas durou apenas 15 minutos, tendo o início do julgamento sido adiado para hoje por causa de uma greve de advogados.
Francesco Schettino é acusado de múltiplos homicídios por negligência, de abandono do navio e de causar danos ambientais e incorre numa pena de prisão até 20 anos.
Schettino foi apelidado de "Capitão Cobarde" por ter abandonado o navio quando ainda havia passageiros presos no interior do cruzeiro naufragado.
O homem, de 52 anos, é suspeito de ter estado na origem do naufrágio por supostamente ter feito uma manobra arriscada com o navio para impressionar "uma jovem loira" que com ele se encontrava na altura do acidente.
A audiência decorre numa sala do teatro de Grosseto para permitir acolher todas as partes envolvidas e o público.
O processo conta com 250 queixosos e 450 testemunhas poderão ser chamadas a depor durante o julgamento, há muito aguardado pelas famílias das vítimas e pelos sobreviventes, que criticam os atrasos da justiça italiana.
O Costa Concordia chocou com as rochas em frente à ilha de Giglio, na noite de 13 de janeiro de 2012, com 4.229 passageiros de 70 nacionalidades a bordo.
O navio tombou, gerando o pânico entre os passageiros, cuja retirada foi complicada por falhas registadas em alguns botes salva-vidas.
Centenas de pessoas foram forçadas a saltar para o mar.
Durante a evacuação do barco, Schettino terá abandonado o navio com passageiros ainda a bordo, mas o comandante alega que caiu acidentalmente num bote salva-vidas e garante que estava a coordenar a operação a partir da costa.
Schettino está em liberdade desde 05 de julho, depois de o tribunal ter decidido substituir a prisão domiciliária pela obrigação de apresentações periódicas no município onde vive, Meta di Sorrento, no sul de Itália.