Combustíveis. O que muda nesta segunda-feira?

Nesta segunda-feira, os combustíveis voltam a subir, mantendo a tendência das últimas semanas. Mas de quanto é o aumento? A quanto ficará um litro de gasóleo e de gasolina? Como se justifica este aumento? O que diz o setor?
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Os combustíveis voltam a subir a partir de segunda-feira. De acordo com fontes do setor, o aumento será de pelo menos 14 cêntimos (gasóleo) e oito cêntimos (gasolina). A verificar-se, este é um aumento de preços histórico.

De acordo com os preços de referência da Entidade Nacional para o Mercado Energético (ENSE), o preço médio do gasóleo simples é, neste momento, de 1,754 euros por litro. A partir desta segunda-feira poderá chegar perto dos 1,90 euros. Por sua vez, a gasolina 95 custa atualmente, em média, 1,795 euros por litro. Com o aumento de segunda-feira, pode chegar aos 1,88 euros. Isto significa que o custo médio do gasóleo poderá ser superior ao da gasolina.

Na sexta-feira, o Secretário de Estado da Energia, João Galamba, explicou que "haverá medidas para mitigar o impacto da subida dos combustíveis". Porém, devido ao contexto da guerra na Ucrânia, da pandemia e da seca, "é impossível" anular esta subida, tendo em conta que "a crise existe e vai ter impactos, portanto não é possível eliminar esses impactos, podemos mitigá-los", disse.

O governante explicou ainda que se trata de "minimizações, mitigações e escolha de setores prioritários que devem ser protegidos".

Na sequência do anúncio deste aumento, o governo vai aumentar o valor do Autovoucher de cinco para 20 euros em março. Além disso, também a taxa de carbono será suspensa pelo menos até final de junho.

O Ministro das Finanças, João Leão, explicou, na sexta-feira, que "face à escalada do preço dos combustíveis e ao aumento projetado para a próxima semana, tivemos de agir de imediato".

João Leão salientou que o aumento do desconto do Autovoucher em março era uma medida "extraordinária", para mitigar o efeito do aumento dos preços dos combustíveis que se vai acentuar devido à Guerra na Ucrânia

O governo decidiu também prolongar por três meses o apoio dado a táxis e autocarros, para mitigar o impacto da subida do preço dos combustíveis, pagando agora 30 cêntimos por litro.

Este mecanismo, que terminava no final de março, previa o pagamento de 10 cêntimos por litro.

Na sexta-feira, o secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) disse não se lembrar de um aumento tão acentuado nos combustíveis.

"Não tenho memória de ter havido uma subida tão grande, que tem a ver com toda a situação de imprevisibilidade que resulta da guerra da Ucrânia", disse António Comprido.

O responsável disse também que "todos compreendemos" ser difícil para as pessoas, empresas e indústrias conseguirem suportar os preços, "e isso tem de se combater com medidas, sejam elas de carácter fiscal, sejam outras, algumas das quais, aliás, já estão em vigor, mas outras, com certeza, já estarão a ser consideradas pelo governo", considerou.

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