Comboio é "luso-espanhol" ou espanhol?
O presidente da Comboios de Portugal (CP), Manuel Queiró, afirmou que o comboio que descarrilou hoje em O Porriño, na Galiza, é "luso-espanhol" e descartou a possibilidade de falha humana ou do material circulante.
Falando aos jornalistas na zona do acidente, que ocorreu às 09:25 locais (08:25 em Lisboa), Manuel Queiró confirmou a morte de quatro pessoas, o maquinista, português, e dois funcionários da RENFE, espanhóis, um revisor e, "aparentemente, um trabalhador da empresa espanhola que não era passageiro", bem como um turista norte-americano.
O presidente da CP adiantou que as causas estão "ainda por apurar", mas salientou que o comboio que descarrilou "estava em perfeitas condições" e que o maquinista "era experiente".
"Nada indica que tenha havido falha humana ou de material circulante", disse Manuel Queiró, referindo que o comboio foi alvo de uma revisão em Espanha e de outra, mais recente, em Portugal.
Ainda sobre as causas do acidente, Manuel Queiró respondeu que "poderá ter-se tratado de uma circunstância anormal", que não especificou, remetendo qualquer explicação para os resultados do inquérito já em curso.
Já sobre a origem da composição, Manuel Queiró afirmou: "o comboio não é português nem espanhol, mas sim luso-espanhol".
Em relação aos 49 feridos, "pelo menos três deles são portugueses", afirmou, assegurando que foram transportados para unidades hospitalares de Vigo.
O ministro do Planeamento e das Infraestruturas português afirmou hoje que, de acordo com as informações prestadas pelas autoridades espanholas, o comboio que hoje descarrilou em Porriño, Espanha, é da Renfe e tinha "as revisões em dia".
"O comboio é da Renfe", disse Pedro Marques, acrescentando que, tendo o acidente desta manhã ocorrido em Espanha, "a responsabilidade do inquérito [às causas do descarrilamento] é espanhola".
Pedro Marques, que falava aos jornalistas à margem de uma reunião na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), destacou que, neste momento, a prioridade "é o socorro às pessoas".
Quando descarrilou, o comboio, com 63 passageiros, fazia o trajeto Vigo-Porto partilhado com a RENFE na linha conhecida com o nome "Celta", inaugurada em julho de 2013.
Segundo o ministro do Fomento de Espanha, Rafael Catalá, a linha em causa estava em obras perto da estação de O Porriño, pelo que o comboio teve de ser desviado para uma linha secundária que obrigava a uma redução na velocidade" da composição, que circulava com três carruagens.