Com miúdos e miudinhos é difícil chegar muito longe

FC Porto perdeu em Leicester (1-0), com golo do inevitável Slimani, em jogo que voltou a denunciar o futebol pobre dos dragões. Corona ainda atirou bola ao poste
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O Leicester bateu ontem o FC Porto por 1-0, no King Power Stadium, e está em boa posição para ganhar o grupo, enquanto os dragões começam a estar em grandes dificuldades, até porque este jogo com o campeão inglês era daqueles que não era preciso perder.

Slimani é caça-dragões e provou-o mais uma vez, com um golo felino que mudou o jogo aos 26" - Mahrez cruzou da direita e Felipe deixou-se antecipar quando bastava dar meio passo ao lado e o argelino nem chegaria à bola. Um erro que custa caro, mais um do central do FC Porto. Até aí o jogo era dos portugueses, depois foi do Leicester, embora fossem sobretudo os portistas a dar a bola pela forma como jogaram - para dizer a verdade, como jogam normalmente.

[destaque:Felipe teve um erro de marcação que custou caro - mais um do central portista]

O FC Porto precisa rapidamente de dar um salto de qualidade de jogo, outra vez pobre, outra vez sem capacidade de o elaborar e de conseguir situações de remate. A equipa de Nuno acabou bem, em cima da área de Kasper Schmeichel, Corona atirou uma bola ao poste que merecia melhor sorte, aos 84", mas foi muito consentido por um Leicester que conquistou a segunda vitória em dois jogos que disputou na Champions - e este foi o primeiro no seu estádio.

O FC Porto não teve menos oportunidades, nem piores, mas continua a ser evidente que tem um problema na área, além da forma como joga sempre em alta voltagem que nem permite aos jogadores pensarem o jogo (Oliver já parece fora do espírito da coisa...). E acabou com Corona, André Silva, Diogo Jota, Otávio - desta vez não foi substituído -, tudo miúdos e quase todos miudinhos. Foi bonito o assalto final, foi bonito chegar ao fim com mais de 60% de posse de bola, mas voltou a ser pouco e a acabar como de costume - 15.ª derrota em Inglaterra, em 17 jogos.

Um dos problemas é que Nuno Espírito Santo ainda não percebeu quais são os seus melhores jogadores. Eles também não o ajudam nada, sem consistência, uns dias razoáveis, outros maus. Corona ontem entrou bem - na minha opinião é o melhor jogador da equipa -, mas não consegue convencer num jogo inteiro. Como Adrián López, fraquinho, como Oliver, como Danilo. Não há movimento-padrão na equipa, não há também capacidade individual para ganhar muitos duelos em jogos destes, pelo que só quando o adversário abdicou mesmo é que a equipa foi capaz de ir para a frente.

Slimani não perdoa (outra vez)

Logo aos 3", um passe de Otávio para a desmarcação de André Silva quase terminava em golo, mas o ponta-de-lança dominou a bola deficientemente e Schmeichel saiu rápido fora da área a estorvar, pelo que o remate saiu ao lado.

O golo de Slimani é a primeira oportunidade da equipa de Ranieri, que defendeu na maior parte do tempo, nunca procurou o domínio do jogo, embora o tenha controlado entre o golo e o meio da segunda parte. Mas poucas oportunidades teve. Na segunda verdadeiramente nenhuma até. A estatística diz alguma coisa. Remates: 6-12 (3-4 enquadrado com a baliza); posse de bola: 41-59%; faltas: 24-16.

Houve outro fator que se tornou importante: o árbitro turco Cuneyt Çakir. Arbitrou até certa altura como se fosse um jogo de juvenis, apitando a tudo e dando cartões por nada. E marcou muitas faltas a mais, o que não ajudou o FC Porto porque estava a perder e os jogadores do Leicester, com pequenas faltas, paravam o jogo. E depois esqueceu-se do critério. De tal forma que Amartey tem uma entrada completamente descomposta que acaba num carrinho com a sola da bota na cara de Otávio e nem falta foi assinalada.

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