Colômbia. Quatro militares mortos em represália por captura de chefe narcotraficante

Após a detenção de um chefe narcotraficante colombiano, um grupo de militares que patrulhavam Antioquia sofreu um ataque: quatro morreram e três ficaram feridos.
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Pelo menos quatro militares morreram e três ficaram feridos em dois ataques com explosivos e disparos no noroeste da Colômbia, em represália pela recente captura de Otoniel, o chefe máximo do narcotráfico, disseram as autoridades locais esta terça-feira (26 de outubro).

Numa primeira ação, três soldados morreram na noite de segunda-feira com a detonação de uma carga explosiva acompanhada de tiros à passagem do seu veículo.

O ataque, no qual três militares também ficaram feridos, ocorreu na cidade de Turbo, no departamento de Antioquia, área de influência do Clã do Golfo que era liderado por Otoniel até este ter sido preso, no sábado, para ser extraditado para os Estados Unidos, informou uma fonte militar.

Foi "uma retaliação pela captura do narcotraficante mais procurado pelas autoridades mundiais e colombianas", disse à Blu Radio o general do exército Juvenal Díaz.

Num comunicado, essa instituição informou a morte de outro militar em Ituango, município do mesmo departamento.

"Uma unidade militar foi atacada por membros do mesmo grupo armado organizado, ferindo um dos nossos uniformizados (...) (que) infelizmente morreu", segundo o boletim divulgado nesta terça-feira (26 de outubro), que não informa o momento do incidente.

Dairo Antonio Úsuga, conhecido como Otoniel e líder do Clã do Golfo, foi detido no sábado nas montanhas de Antioquia numa megaoperação que reuniu 500 polícias e militares após anos de buscas intensas.

"Rejeitamos e condenamos o assassinato cobarde de 3 soldados do @COL_EJERCITO , quando realizavam serviços de vigilância em Turbo, Antioquia", reagiu o presidente Iván Duque numa mensagem no Twitter.

O general Díaz afirmou que os militares estão em alerta para novas ações de represália da organização de Otoniel, que opera principalmente em Antioquia e Chocó, numa área adjacente ao Panamá.

O centro de estudos independente Indepaz estima que o Clã do Golfo conta com uma força de cerca de 1.600 homens. As autoridades calculam que chegaria a 3.800 integrantes entre combatentes e colaboradores.

"Todos os indícios nos mostram que esses bandidos vão tomar retaliações pela captura", acrescentou Díaz.

A prisão de Otoniel é o ataque mais contundente de Duque ao narcotráfico durante os seus três anos de governo.

"Reiteramos que esses criminosos e narcotraficantes que atentam contra a nossa Força Pública serão perseguidos e levados à Justiça", advertiu o presidente.

Especialistas acreditam que os subordinados de Otoniel podem desencadear uma guerra para preencher o vazio deixado por ele, um confronto que assusta os moradores da região. "Chiquito Malo" e "Siopas" aparecem como os possíveis sucessores do narcotraficante.

Segundo o ministério da Defesa, o Clã do Golfo exporta 30% da cocaína que sai da Colômbia (cerca de 300 toneladas) anualmente, o país considerado pela ONU como o maior produtor dessa droga.

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