Coligados, o PSD e o CDS sempre venceram o PS

O histórico eleitoral não deixa dúvidas: o PSD e o CDS venceram o PS sempre que se apresentaram coligados em eleições legislativas. Aconteceu em 1979, 1980 e em 2015.
Publicado a
Atualizado a

2 dezembro 1979

Uma coligação formada pelo PSD, CDS-PP e PPM designada "Aliança Democrática" (vulgo: AD) vence as legislativas com maioria absoluta. Elege 128 deputados (num total de 250), obtendo 2,7 milhões de votos (45,25 por cento). O PS, que era governo até então, ficou em segundo lugar com 30,8 por cento (1,6 milhões de votos que elegeram 74 deputados). O PCP, dirigindo a coligação APU (hoje CDU), obteve o seu melhor resultado de sempre (18,8 por cento, representados em 47 deputados). Francisco Sá-Carneiro, líder do PSD, torna-se primeiro-ministro, liderando o VI Governo Constitucional, que tomou posse em 3 de janeiro de 1980.

5 outubro 1980

O país vai novamente a votos e a AD vence novamente, reforçando a maioria absoluta obtida em 1979: os 128 deputados passaram a 134. O número absoluto de votos passou de 2,7 milhões para 2,8 milhões. E a percentagem de 45,25 para 47,6. O PS transfigura-se numa coligação com a UEDS (pequeno partido que se viria a dissolver no PS) e a ASDI (dissidentes do PSD) designada FRS (Frente Republicana Socialista). Não ganha nada com isso: de novo 74 deputados eleitos por 1,67 milhões de votantes (27,76 por cento). O VII Governo Constitucional tomou posse em 9 de janeiro de 1981, liderado por Francisco Pinto Balsemão (PSD). Entre as eleições e a posse, em 4 de dezembro, Francisco Sá-Carneiro morreu na queda em Camarate de um Cessna que o iria transportar de Lisboa para o Porto. A AD seria dada como extinta em 1983, por via de uma rutura entre o PSD e CDS. Nas legislativas de 25 de Abril de 1983, PSD e CDS já se apresentaram separados e o PS voltou a ser a maior força, ficando contudo aquém da maioria absoluta.

4 outubro 2015

Depois de quatro anos marcados por fortíssimas medidas de austeridade, que incluíram cortes salariais gerais, cortes nas pensões e um "enorme aumento de impostos", o governo PSD+CDS que dirigia o país desde 2011, com Pedro Passos Coelho (líder do PSD) a primeiro-ministro e Paulo Portas (líder do CDS-PP) a vice-primeiro-ministro, converte-se numa coligação que enfrenta unida as legislativas de 4 de outubro de 2015 ("Portugal à Frente", vulgo PàF). Surpreendentemente, depois de anos tão duros, consegue vencer as eleições (quase dois milhões de votos, ou seja, 36.7 por cento. A PàF elege 102 deputados (em 230). A surpresa maior vem a seguir: a maioria de esquerda chumba o Governo formado por Passos Coelho na sequência das eleições. E a seguir António Costa, líder do segundo maior partido, o PS, forma governo, apoiado na mesma maioria de esquerda (composta com o BE, PCP e PEV) que ficou para a história como "geringonça".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt