Coleções de arte da Gulbenkian com gestão conjunta
No ano em que comemora o 60.º aniversário, a Fundação Calouste Gulbenkian tem em curso "uma série de transformações na área museológica", anunciou esta manhã Teresa Patrício Gouveia, membro do Conselho de Administração da instituição, durante um pequeno-almoço com jornalistas.
A partir de junho o Museu Calouste Gulbenkian vai reunir sob o mesmo nome as coleções de arte antiga e moderna da fundação, desaparecendo a designação de Centro de Arte Moderna (CAM). Teresa Patrício Gouveia enumerou as razões desta decisão que se começou a desenhar no ano passado quando foi decidido criar uma direção única para os dois museus, posição assumida pela britânica Penelope Curtis: "em arte a separação tem um caráter artificial", aposta "na sinergia e na articulação entre as duas coleções", "equiparar a coleção de arte moderna à do fundador" e ainda evidenciar "a continuidade entre as duas coleções".
A questão financeira não pesou nesta decisão, assegurou a responsável, adiantando até que "ainda não fizeram contas" ao impacto financeiro desta mudança. Por outro lado, salientou, "não está prevista a redução do número de pessoas" que passam a estar todas integradas numa mesma equipa, em vez de divididas pelos dois núcleos museológicos.
Ao contrário do que acontece atualmente, com esta alteração será feira uma apresentação mais exaustiva da coleção de arte moderna, com uma visão museológica, estando previsto que venha a ocupar todo o edifício novo, atualmente utilizado pelo CAM.
Outro dos objetivos é aumentar a visita de estrangeiros ao CAM, atualmente em minoria, e a visita de nacionais ao Museu, número que tem vindo a decair. Para isso, "a coleção de arte moderna deverá ter um caráter mais permanente e a do museu um pouco menos permanente", explicou Penelope Curtis.