Colbert cantou, gozou com Trump e elogiou Letterman na estreia
Após oito meses sem um programa de televisão, o público norte-americano mostrou ter saudades de Stephen Colbert. Quase sete milhões de pessoas viram a estreia do humorista à frente do Late Show na CBS, mais do dobro do resultado alcançado pelo habitual líder do late night, Jimmy Fallon, com o seu The Tonight Show, da NBC, e o quádruplo da audiência de Jimmy Kimmel na ABC.
No episódio de arranque do humorista à frente do formato, substituíndo David Letterman, que deixou o cargo ao fim de 33 anos, George Clooney foi o primeiro convidado a sentar-se no sofá, para promover o um filme fictício, Decision Strike. Uma escolha simbólica uma vez que o ator fez parte dos convidados da última semana de Letterman. "Podias ter, ao menos, usado uma gravata", atira Colbert logo no início. "Mas obrigado por teres vindo sem nada para promover". "Só vim para te ver", respondeu o ator de Hollywood, que confessou ainda, entre risos, que é a sua mulher, Amal, que mais manda na relação. O apresentador ofereceu ainda Clooney um presente atrasado de casamento ao ator: uma jóia onde se lia "Eu não te conheço".
Colbert aproveitou também a sua primeira noite no Late Show para homenagear Letterman. Foi, de resto, uma das primeiras coisas que fez quando começou a emissão. "Quero deixar um tributo ao homem que agracejou este palco durante 33 anos. Estou a pensar, claro, no Biff Henderson [diretor de cenário do programa e humorista que participa em sketches do formato]", disse Colbert, soltando gargalhadas à plateia. "Nenhum homem merece uma maior vénia minha do que Letterman. Sou um fã desde o início. É fácil esquecermo-nos de como o David mudou a comédia nos EUA. A indústria está tão naturalmente enraizada nas suas ideias que às vezes temos que recordar o seu enorme contributo", frisou o apresentador sobre o veterano de 68 anos.
O episódio desta terça-feira ficou ainda marcado com algumas farpas lançadas pelo anfitrião de 51 anos a Donald Trump. Colbert devorou um pacote inteiro de Oreo, dias depois do candidato republicano ter frisado que nunca mais iria comer estas bolachas, com a mudança de uma das fábricas da Nabisco, que produz estas bolachas, para o México. No início do programa, Colbert já tinha avisado: "Tal como os restantes media, vou abordar todos os candidatos presidenciais... que se chamem Donald Trump", disse o vencedor de quatro prémios Emmy e um Grammy.
Colbert recebeu ainda como convidado Jeb Bush, candidato republicano às primárias para a Casa Branca. Ao The New York Times, Colbert já tinha confessado que esperava que a sua experiência na sátira política lhe desse vantagem sobre os concorrentes do late night durante a campanha eleitoral para as presidenciais.
Para além da atuação musical a cargo do rapper Kendrick Lamar e do próprio apresentador a cantar o hino dos EUA a plenos pulmões, a estreia de Colbert marcou também uma participação de Jon Stewart, que deixou recentemente o seu Daily Show e seu braço-direito durante anos neste formato de Comedy Central, num sketch humorístico.
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