Coimbra vai ter curso sobre manutenção de aeronaves
A manutenção de um avião exige, pelo menos, 12 técnicos. Com empresas como a Boeing ou a Airbus a estimarem a produção de 30 mil novas aeronaves para a próxima, o Instituto Superior de Engenharia de Coimbra arrisca dizer que o mercado irá precisar de 360 mil novos técnicos até 2029. Lança, por isso, a 30 de setembro, um Curso Técnico de Manutenção de Aeronaves, o primeiro da região Centro de Portugal.
A formação surge em parceria com o grupo Sevenaire terá a duração de 6 anos. O primeiro será de formação teórica em sala de aula e os restantes cinco em ambiente de trabalho, através de estágios remunerados. "Lançámos este curso porque o mercado da aeronáutica é um dos que vai ter um maior crescimento nos próximos anos, quer a nível nacional, quer a nível europeu, quer a nível mundial: a procura de técnicos nesta área e os seus salários estão a aumentar a um ritmo acelerado", explica Mário Velindro, presidente do ISEC.
O curso é certificado pela Autoridade Nacional da Aviação Civil , ANAC, que exige, entre outras coisas, que cada turma não conte com mais de 25 alunos. Para já contam-se empresas aéreas como Ogma, Hi Fly, Helibravo ou Ryanair como parceiros para estágios.
Há ainda um parceiro aeronáutico que, neste curso, "é a Sevenair, a academia portuguesa de formação de pilotos e de técnicos de manutenção aeronáutica, uma entidade com muita experiência na formação nesta área", detalha ainda Mário Velindro.
"Os recursos humanos são um problema europeu [na aeronáutica]. Faltam pilotos, engenheiros e, na Europa, sobretudo técnicos. Essa escassez é tão grande que nós, que temos mais de 300 alunos em formação, no fim do ano que termina já não conseguimos contratá-los", disse recentemente, Alexandre Alves, administrador da Sevenair, ao Dinheiro Vivo.
Ana Margarida Pinheiro é jornalista do Dinheiro Vivo .