"Em 2030, não existirá produção de eletricidade em Portugal, a partir do carvão", afirmou hoje João Matos Fernandes, à RTP..O governante está em Bona, na Alemanha, onde decorre a conferência das Nações Unidas para as alterações climáticas, até sexta-feira. ."As centrais termoelétricas vão certamente ser encerradas em Portugal assim que tenhamos a capacidade de poder produzir energia a partir de fontes alternativas" sem sobressalto, disse o ministro do Ambiente..João Matos Fernandes referiu-se à importância do compromisso que Portugal vai hoje assumir juntamente com outros países que também "estão na linha da frente" nesta matéria, como Canadá, Reino Unido, França Holanda ou Nova Zelândia..Vinte e cinco países, estados e organizações de vários pontos do mundo juntaram-se para assinar uma declaração com o compromisso de esforçarem-se para acabar com as centrais carvão, já que estas são das maiores responsáveis pelas emissões de gases com efeito de estufa que agravam as alterações climáticas..Em 2016, o primeiro-ministro já se tinha comprometido a ter Portugal neutro em carbono em 2050 o que implica uma redução acentuada das emissões. .Além daqueles países apontados pelo ministro do Ambiente, estão na declaração, a que a Lusa teve acesso, parceiros como Angola, Itália, México, mas também cidades como a norte-americana Washington, apesar da decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar o país do Acordo de Paris. .Enquanto as centrais termoelétricas a carvão são consideradas uma das maiores fontes de dióxido de carbono que está a aquecer a atmosfera da Terra, países como a Indonésia, Vietnam e Estados Unidos estão a planear expandir a sua utilizçaão nos próximos anos..A declaração refere que os governos dos países parceiros se comprometem a retirar progressivamente as centrais a carvão das suas regiões, empresas e outras organizações não governamentais avançam o compromisso de deixar de usar carvão e todos se comprometem a apoiar fontes de energia limpas através as suas políticas e investimentos e a limitar o financiamento de centrais tradicionais sem captura e armazenamento de carbono..O documento recorda que, atualmente, as centrais a carvão produzem quase 40% da eletricidade total, fazendo com que sejam o principal contribuirdor para as emissões de carbono.."Os efeitos da poluição resultante da queima de carvão na saúde, incluindo doenças respiratórias e mortes prematuras, resultam em custos massivos tanto em termos humanos, como económicos", refere a declaração, acrescentando que dados recentes referem que mais de 800 mil pessoas morreram por ano em todo o mundo, devido à poluição relacionada com a queima de carvão.