"Claro que vou avançar!" Boris Johnson confirma que será candidato a suceder a May

Ex-ministro foi um dos principais rostos da campanha pelo Brexit. Primeira-ministra diz que sai após aprovado acordo de saída da União Europeia.
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"É claro que vou avançar", disse o ex-chefe da diplomacia britânica e um dos principais rostos da campanha pelo Brexit, Boris Johnson, quando foi questionado sobre se seria candidato à liderança do Partido Conservador. A primeira-ministra Theresa May anunciou que pretende afastar-se da liderança do governo e do partido assim que a Câmara dos Comuns aprovar o seu acordo de saída do Reino Unido da União Europeia.

A declaração de Boris Johnson foi feita num evento empresarial em Manchester. Quando lhe perguntaram se queria ser líder dos Tories, o ex-presidente da câmara de Londres foi direto. "Vou avançar. É claro que vou avançar. Não acho que seja um segredo para ninguém. Mas sabem que não existe atualmente vaga", acrescentou.

Johnson não é o único dirigente conservador que já está na corrida à chefia do Partido Conservador -- e consequentemente ao cargo de primeiro-ministro. As sondagens colocam-no como o principal candidato a suceder a May, com 28% de hipóteses de ser o próximo líder do governo britânico.

Johnson demitiu-se do governo de May em julho, em protesto pela forma como a primeira-ministra estava a liderar as negociações do Brexit -- que ainda não se concretizou, apesar de o prazo inicialmente previsto ser 29 de março.

O acordo negociado entre May e Bruxelas já foi rejeitado por três vezes pelos deputados britânicos, devendo voltar a ser debatido e votado no início de junho. Decorrem atualmente negociações com o Partido Trabalhista para ver se é possível chegar a um acordo.

Em outubro, na conferência anual dos Tories, Johnson lançou um apelo para que o partido regresse aos seus valores tradicionais de impostos baixos, forte política de segurança e que não siga as políticas de esquerda do Partido Trabalhista.

"Acho que houve uma falta real de dinamismo na forma como abordámos as negociações com a União Europeia", defendeu Jonhson. "Falhámos nos últimos três anos na apresentação de uma narrativa convincente sobre como podemos explorar as oportunidades do Brexit", acrescentou.

Demissão de May em junho?

A primeira-ministra pretende anunciar a sua demissão em junho, após a quarta tentativa para fazer passar o acordo de Brexit, anunciou esta quinta-feira o presidente do grupo parlamentar conservador, Graham Brady.

Num comunicado, Brady diz que May está determinada em garantir o Brexit e focada em submeter a proposta de lei sobre o acordo de saída, a sua aprovação e a consequente saída do Reino Unido da UE durante o verão.

Ambos concordaram encontrar-se após a votação "para acordar um calendário para a eleição de um novo líder do Partido Conservador", independentemente do resultado da votação.

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