A CIP - Confederação Empresarial de Portugal defende um plano de desconfinamento faseado, com a abertura, na próxima segunda-feira, das creches, jardins infantis e ensino até ao sexto ano, cabeleireiros, livrarias e alfarrabistas.."A economia está fechada. Portugal não está a trabalhar, mas os portugueses não estão a ficar em casa!", constata a CIP, liderada por António Saraiva, num documento que será apresentado na reunião do Governo com os parceiros sociais..A CIP defende "um plano de desconfinamento que permita a reabertura em segurança das diversas atividades e a estabilização das perspetivas para os cidadãos e os empresários"..No documento a que a TSF teve acesso, a CIP considera que há vários pontos fundamentais para o desconfinamento, como uma forte aposta no controlo da transmissão. Defende testes feitos nas empresas e que estes também possam ser realizados nas farmácias..Para a CIP, uma semana após a reabertura das escolas para os mais novos devem ser flexibilizadas as regras do teletrabalho, de modo a que, "havendo acordo entre trabalhador e entidade empregadora" possa ser retomado o trabalho presencial..A 22 de março, considera a confederação, os restaurantes e o comércio a retalho devem poder reabrir até às 18:00, "com definição de taxas máximas de ocupação e plano de testagem periódica"..Depois da Páscoa, a 5 de abril, a CIP defende a reabertura dos restantes graus de ensino, os museus, as salas de cinema e de espetáculo "com lugares marcados e limitados", e os "desportos coletivos amadores ao ar livre em grupos de até 20 crianças de até 14 anos de idade.".Na fase quatro, a partir de 12 de abril, os patrões consideram que será altura de reiniciar as restantes atividades até às 18:00, com definição de taxas máximas de ocupação e plano de testagem periódica seguida de colaboradores..A CIP refere no documento que esta "poderá não ser a última pandemia das nossas vidas" e que a realidade mostrou "que os países mais prósperos enfrentaram melhor a pandemia"..Desconfinar, sim. mas só com teletrabalho, venda ao postigo e sem reuniões familiares."O país e os portugueses atingiram um elevado nível de fadiga pandémica", alerta a confederação liderada por António Saraiva, referindo que "a perceção do menor risco está em forte correlação com a menor adesão às medidas restritivas".."Portugal já desconfinou. Só não está a trabalhar!", insiste a CIP..Para a confederação seria assim "muito grave" que Portugal chegasse à conclusão de que teve uma "vitória de pirro".."Um confinamento cego e sem fim à vista pode levar-nos a uma vitória sobre a pandemia, mas obtida a um custo muitíssimo elevado, com prejuízos irreparáveis, havendo outras alternativas", refere..A CIP reafirma a importância de retomar de forma gradual a atividade económica e social, salientando que a pandemia deve ser devidamente controlada e que as suas consequências têm que ser mitigadas..Neste sentido, a CIP recorda que os locais de trabalho têm sido reconhecidos como locais seguros, sendo que as empresas têm tomado as medidas adequadas (desfasamento de horários, distanciamento, entre outras)..Para Portugal ultrapassar o desafio da fase atual da pandemia "afigura-se verdadeiramente essencial que sejam tomadas medidas certeiras em termos de testagem direcionada e desconfinamento"..Dado que grande parte das empresas em Portugal pode não ter condições para implementação direta de testes, para otimizar a testagem direcionada, a CIP deixa algumas sugestões, entre as quais a definição periódica do plano de testagem em cada concelho, de acordo com os níveis de risco e cadeias de transmissão conhecidas e definição das amostras a testar nas empresas e a venda livre ao consumidor final de testes de saliva.."Para além da proteção sanitária conferida através da conquista de imunidade de grupo -- objetivo cimeiro da vacinação --, consideramos que o Plano de Vacinação contra a covid-19 em Portugal deve contribuir para um desconfinamento eficaz e seguro. Não tenhamos dúvidas: para vencer esta batalha é necessário travá-la em duas frentes: na saúde e na economia", considera..Refira-se que o Governo convocou as confederações sindicais e patronais para uma reunião de concertação social extraordinária na quarta-feira, para lhes apresentar o plano de desconfinamento, que será dado a conhecer ao país na quinta-feira após a reunião do Conselho de Ministros..Atualizada às 10:57