CIP disponível para negociar melhoria do salário mínimo
"A CIP desde 2013 que vem afirmando que estamos disponíveis para celebrar um novo acordo sobre o salário mínimo com critérios que as partes possam acompanhar, monitorizar a sua evolução. Estamos disponíveis não o estamos agora, desde 2013 que mantemos essa disponibilidade", disse António Saraiva à Lusa.
O responsável da CIP reagia assim à disponibilidade anunciada hoje pelo primeiro-ministro para, ainda este ano, fazer concessões na Concertação Social, admitindo levar para cima da mesa a discussão da melhoria do salário mínimo nacional e a revisão das condições de negociação coletiva.
"Digo hoje, perante o país, que o Governo está disponível para aprofundar o esforço de concertação (...) de modo a trazer para cima da mesa a discussão da melhoria do salário mínimo nacional e a revisão do que tem a ver com as condições da negociação coletiva", disse Pedro Passos Coelho durante a sua intervenção no encerramento do 13.º Congresso Nacional dos Trabalhadores Social Democratas, em Albufeira.
"Se conseguirmos em sede de Concertação Social com os parceiros sindicais e com o Governo obter esse acordo, estamos disponíveis para esse entendimento", referiu António Saraiva, acrescentando, porém, que "praticamente a maioria das empresas que a CIP representa não é afetada pelo salário mínimo", já que pagam acima dos 500 euros.
A posição da CIP é, pois, de "abertura para a discussão em sede de Concertação Social assim que o Governo entender que o calendário é o adequado", frisou.
Relativamente à melhoria da negociação coletiva, também referida por Passos Coelho, António saraiva voltou a referir que a CIP defende que "as portarias de extensão têm que ser publicadas".
"Tem existido algum bloqueio por indisponibilidade da 'troika' [Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu] em relação a essa matéria; aí é uma matéria em que todos os parceiros, quer os patronais, quer os sindicais, estão de acordo e, por isso, quanto mais rapidamente se desbloquear a questão das portarias de extensão, mais eficácia daremos à contratação coletiva e essa é a nossa posição", concluiu.