Cinco lobas irmãs são as novas residentes

Chegadas há duas semanas de Inglaterra para o novo abrigo, as cinco lobas irmãs são a atração mais recente do Centro de Recuperação do Lobo Ibérico (CRLI), em Mafra, depois do nascimento de três crias há sete meses.
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Oriundas de um jardim zoológico em Inglaterra, as cinco fêmeas saúdam com relativa facilidade os visitantes, ao fim de duas semanas de habitarem o CRLI, que em breve vai colocar à votação do público a escolha dos seus nomes, através das redes sociais.

Filhas do mesmo pai e da mesma mãe e com idades entre os três e os cinco anos, estavam destinadas a vir para a Península Ibérica, onde o lobo é uma espécie ameaçada de extinção, no âmbito do Programa Europeu de Reprodução de Espécies Ameaçadas.

"Era objetivo do programa que a descendência dos progenitores regressasse à Península Ibérica. Como tínhamos espaço e condições, aceitámo-las e estão a dar-se muito bem", afirmou a bióloga Isabel Ambrósio.

As cinco lobas vieram aumentar a população lobos do CRLI para os atuais 13, depois do nascimento de três crias fêmeas em maio (Lua, Estrela e Bolota), o que já não acontecia desde há quatro anos, altura em que nasceram Faia (mãe das juvenis) e Soajo, que faleceu em junho.

Apesar dos motivos de alegria durante este ano, o CRLI tem vindo a reduzir os donativos que recebe por causa da contenção económica e corre o risco de ficar sem o abrigo.

O espaço foi cedido de forma gratuita por privados, que reivindicam a devolução dos 17 hectares, se nos próximos quatro anos o CRLI não conseguir adquirir o terreno onde está localizado.

Com o intuito de angariar verbas, a instituição lançou a campanha "Não deixe os lobos sem abrigo" e recolheu metade do valor necessário, 157 mil euros.

"A campanha online já terminou, mas a campanha continua. Todos os donativos são bem-vindos, sejam monetários ou em géneros. É o caso do grupo "Landmaníacos de Almada', que nos visitou e que nos ajudou a recuperar um dos nossos jipes que estava parado", exemplificou a responsável.

A manutenção do CRLI, onde chegam lobos encontrados em cativeiros ilegais ou vítimas de armadilhas ou de maus tratos, é uma garantia da preservação da espécie em todo o mundo e do último grande carnívoro existente em Portugal, onde se estima que existam três centenas de exemplares.

O Grupo Lobo, associação não-governamental sem fins lucrativos, foi fundado em 1985 para trabalhar a favor da conservação do lobo e do seu ecossistema em Portugal e gere o CRLI, o único abrigo do lobo ibérico em Portugal que aguarda pertencer a um programa europeu de reprodução de lobos em cativeiro, evitando assim o seu abate ou o realojamento em jardins zoológicos. Em 2001, recebeu seis mil visitantes.

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