5 anos de prisão para portuguesa que chamou Adolf ao filho em honra de Hitler
A portuguesa Cláudia Patatas e Adam Thomas, o seu companheiro britânico, foram condenados esta terça-feira por um tribunal de Birmingham a cinco e a seis anos de meio de prisão, respetivamente, por pertença a grupo terrorista nazi.
Patatas e o companheiro, de 38 e 22 anos, respetivamente, foram declarados culpados de serem membros do grupo "extremista e violento" National Action (Ação Nacional), o qual foi banido, entretanto, em 2016.
O casal foi ao ponto de escolher Adolf para um dos nomes do seu filho bebé, em homenagem a Adolf Hitler, o líder nazi alemão. As autoridades divulgaram inclusivamente fotos de Thomas com o bebé vestindo trajes usados pelo Ku Klux Klan.
Ao ler a sentença, o juiz Melbourne Inman, afirmou sobre Cláudia Patatas: "Você é tão extremista como o Thomas, tanto nos seus pontos de vista, como nas suas ações. Agiram juntos em tudo, o que pensaram, o que disseram, o que fizeram, dar esse nome ao vosso filho e tirar as fotografias perturbadoras que tiraram da criança, rodeada de símbolos do nazismo, do Ku Klux Klan".
Ao todo, seis pessoas foram condenadas, tendo o juiz afirmado sobre os objetivos do grupo que integravam: "Os objetivos são derrubar a democracia neste país, através de uma série de ações violentas e assassínios, impor um Estado inspirado nos nazis, o qual erradicaria todas as partes da sociedade através de tal violência de assassínios em massa. Erradicaria todos aqueles que consideram inferiores por causa da cor da pele ou simplesmente por causa da sua religião".
O National Action foi proscrito em dezembro de 2016 por ser considerado "uma organização racista, antissemita e homofóbica que suscitava o ódio, glorificava a violência e promovia uma ideologia vil" devido ao material que disseminava na Internet, nomeadamente nas redes sociais, com imagens e linguagem violentas e apelos a atos de terrorismo.
"Patatas era um membro altamente ativo da organização ao ponto de ter posto em causa a segurança do grupo", referiu o procurador Barnaby Jameson ao apresentar as orientações para a sentença, na sexta-feira, no mesmo tribunal.
Segundo o procurador do Ministério Público, Patatas e o companheiro foram expulsos de pelo menos uma conversa com outros elementos da extrema-direita chamada Triple K Mafia [referência ao grupo supremacista norte-americano Ku Klux Klan] numa aplicação de telemóvel encriptada devido à violência da linguagem.
"Ela advogou a morte de todos os judeus e afirmou-se, juntamente com Thomas, como alguém que seria capaz de matar uma criança de raça mista", descreveu o procurador.
A portuguesa é considerada uma simpatizante de ideologia neonazi há muito tempo, incluindo quando ainda vivia em Portugal, onde fazia parte de um grupo que celebrava o aniversário de Adolf Hitler, admitiu durante o julgamento.
A casa onde vivia em Banbury, perto de Oxford, e onde mais tarde coabitou com o britânico Thomas, estava decorada com inúmeros artigos com suásticas, como almofadas no sofá.
No frigorífico, a polícia encontrou, em janeiro, quando fez uma busca e deteve o casal, um poster do National Action quando este grupo já tinha sido proibido pelo governo britânico, no qual se lia: "O Reino Unido é nosso, tudo o resto deve sair".
O procurador apontou também o facto de Patatas ter "deixado a casa tornar-se num arsenal" para o companheiro Adam Thomas guardar armas como bestas, facas e punhais, alguns dos quais se encontravam no quarto onde dormiam com o filho recém-nascido.
Além das armas e da "mentalidade racista virulenta", considerou como fatores agravantes a portuguesa ter, juntamente com Thomas, colado autocolantes do National Action em dois jardins dedicados ao final da II Guerra Mundial, em Birmingham e em Leamington Spa.
Patatas, apresentada como uma antiga fotógrafa de casamentos em Portugal, conheceu Thomas, um candidato a militar rejeitado duas vezes pelo Exército britânico, num bar, em dezembro de 2016. O casal teve um filho no final de 2017.