Investigadores europeus anunciaram hoje ter enterrado definitivamente a teoria dos físicos norte-americanos que tinham anunciado em março a deteção de ondas gravitacionais do Big Bang, então descrita como uma enorme evolução na Física..A deteção destas ondas gravitacionais, contempladas na teoria da relatividade de Albert Einstein, deveria testemunhar a expansão extremamente rápida e violenta do cosmos na primeira fração de segundo da sua existência, há 13,8 mil milhões de anos, uma fase chamada de "inflação cósmica".."Combinando os seus dados, os trabalhos do Planck e do [telescópio] BICEP2/Keck mostraram que a deteção das ondas gravitacionais primordiais, através da observação da polarização do fundo difuso cosmológico, ainda não aconteceu", anunciou hoje o Centro Nacional de Investigação Científica (no francês CNRS)..O resultado, obtido a partir do trabalho de vários investigadores do CNRS, do Comissariado para a Energia Atómica e Energias Alternativas (no francês CEA) e de universidades francesas, e apoiado pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES), permite a conclusão de um episódio científico que manteve alerta cosmólogos e apaixonados por estes temas.."O sinal anunciado pela equipa BICEP2 em março de 2014 não pode ser associado aos primeiros instantes do Big Bang, e provem essencialmente da nossa galáxia e de distorções gravitacionais encontradas durante a propagação até nós", segundo a explicação divulgada..A equipa responsável pelo estudo, que vai ser publicado na Physical Review Letters, liderada pelo físico John Kovac, da Universidade de Harvard, efetuou observações com o telescópio BICEP2 no polo sul..A deteção das ondas gravitacionais é "um dos objetivos mais importantes em cosmologia", salientou John Kovac..Em março de 2014, físicos norte-americanos tinham anunciado a deteção direta de ondas gravitacionais primordiais, os primeiros ecos do "Big Bang", que marcou o nascimento do Universo..Na altura os peritos do Centro de Astrofísica de Harvard-Smithsonian, nos EUA, que analisaram as imagens durante três anos, diziam que tinha sido captada pelo BICEP2, no Polo Sul, a "primeira evidência direta da inflação cósmica".