Florestas na vertical. O novo plano para combater a poluição

Arquiteto planeia construir na China primeira cidade com mais de 100 arranha-céus com árvores
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Um arquiteto italiano está a projetar um modo de diminuir a poluição na China que passa por construir arranha-céus com árvores e arbustos em cada andar. Stefano Boeri vai começar por construir duas torres na cidade de Nanquim mas pretende criar até 2020 a primeira cidade florestal do mundo.

As torres de Nanquim terão cerca de 200 e 108 metros, respetivamente, e vão abrigar escritórios, um hotel de luxo de 247 quartos, um museu e até uma escola de arquitetura ambiental sustentável. O mais importante, contudo, é que vão ter mais de 23 espécies diferentes de árvores e cerca de 2500 arbustos.

O arquiteto já pôs esta ideia em prática em Milão, Itália, quando desenhou o Bosco Vertical. Este bosque vertical, numa tradução literal para português, é composto por dois edifícios de 76 e 110 metros que foram construídos em 2014. Têm, em conjunto, 900 árvores e mais de 20 mil plantas e arbustos, segundo a página oficial do arquiteto. Numa superfície plana, esta vegetação ocuparia cerca de 7 mil metros quadrados de floresta.

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Boeiri quer agora desenvolver o mesmo projeto na China e expandi-lo, ao ponto de construir inteiras cidades florestais, segundo o The Guardian.

"Pediram-nos para desenhar uma cidade inteira onde não há um edifício alto mas sim 100 ou 200 edifícios de vários tamanhos com árvores e plantas nas fachadas", contou o arquiteto ao jornal britânico. "Devemos começar a construir no final deste ano e imagino que até 2020 teremos a primeira cidade florestal na China".

O arquiteto prevê que os edifícios absorvam 25 toneladas de dióxido de carbono do ar de Nanquim por ano e produzam 60 quilos de oxigénio por dia. As árvores vão proteger ainda do vento e das poeiras e vão amenizar a temperatura dentro de casa, a humidade e a poluição sonora, enquanto deixam o sol entrar.

O projeto foi descrito por Boeiri como um modo de trazer nova vida às áreas urbanas poluídas da China mas o arquiteto, que trabalha na China há cinco anos, admite que estes arranha-céus não serão o suficiente para resolver a crise ambiental no país.

"Duas torres num grande centro urbano [como Nanquim] é uma contribuição muito, muito pequena, mas é um exemplo", afirmou. "Esperamos que este modelo de arquitetura sustentável seja copiado e aplicado" em todo o lado.

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O número de mortes prematuras associadas a partículas no ar na China é de 1,1 milhões por ano desde 2005. A China e a Índia estão quase empatadas na corrida ao título de país mais poluído do mundo e com maior número de mortes por poluição.

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