Cidadãos manifestam-se em Carcavelos em defesa das árvores da Quinta dos Ingleses

Um grupo de cidadãos promove, no domingo, uma manifestação com cordão humano em defesa das árvores da Quinta dos Ingleses, com o intuito de travar o Plano de Reestruturação Urbanística de Carcavelos Sul, no concelho de Cascais.
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Segundo um comunicado do movimento "SOS Quinta dos Ingleses -- Vamos Salvar a Praia de Carcavelos", "a Quinta dos Ingleses é a última área verde significativa que resta em Carcavelos e na Linha do Estoril e está em vias de desaparecer em prol de mais uma construção megalómana".

"A intenção é parar com a construção que vai ficar completamente em blocos de cimento entre seis e oito andares, inclusive, em 'L', e aproveitar as árvores naturais que lá estão para fazer um parque urbano, como temos o exemplo do parque cidade do Porto", refere o porta-voz do grupo Tiago Albuquerque.

Em nota de imprensa, o grupo indica que o objetivo é protestar "contra a destruição da última grande quinta de Carcavelos, cujo desaparecimento pode ditar o avanço do mar na praia mais frequentada do país e, até, o seu desaparecimento".

Afirmando que esta é a "última oportunidade para criar em Cascais um parque urbano verdadeiramente moderno, amplo, sustentável, para usufruto da população de todo o concelho", o grupo pretende que o projeto seja revisto de forma a manter verdes "os 54 hectares da Quinta".

A manifestação promovida pelo movimento de cidadãos, considerada a "última oportunidade para criar em Cascais um parque urbano verdadeiramente moderno, amplo, sustentável, para usufruto da população de todo o concelho", pretende que o projeto seja revisto de forma a manter verdes "os 54 hectares da Quinta".

"A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo emitiu uma Declaração de Impacto Ambiental 'Favorável Condicionada' ao Plano de Pormenor do Espaço de Reestruturação Urbanística de Carcavelos-Sul (PPERUCS), dando assim luz verde ao início das obras, ignorando os argumentos dos muitos cidadãos que se opuseram ao empreendimento na fase de discussão pública", lamenta o porta-voz.

Tiago Albuquerque mostra-se descontente por existirem iniciativas de proteção das árvores e dos parques urbanos em "todo o país e todo o mundo", enquanto Cascais, "que tem ali uma oportunidade única para construir um bom parque urbano, faz o contrário".

O exemplo de Málaga foi valorizado pelo representante, onde "estava planeada a construção de um centro comercial" que vai ser cancelada para a construção de um parque urbano.

"Sabemos que só um firme "Basta de betão!" por parte da população poderá travar agora o projeto" de forma a que a União das Freguesias de Carcavelos e Parede, "permaneça com uma área verde", refere o comunicado.

O protesto realiza-se no domingo -- Dia Mundial da Saúde -- a partir das 10:30, na Quinta dos Ingleses, em Carcavelos.

"O cordão humano começa em frente ao colégio inglês "St. Julian's", que é um dos empreendedores, e dá a volta, pelo passeio da marginal, num ato simbólico de proteção das árvores", indicou Tiago Albuquerque.

Contactada pela agência Lusa, a Câmara de Cascais não quis comentar o protesto, salientando que o município não faz comentários "acerca dessas iniciativas de grupos de cidadãos".

Em declarações à Lusa em 2018, Tiago Albuquerque considerou o PPERUCS, aprovado em 2014, um "atentando" ao ambiente e à qualidade de vida das pessoas.

O plano prevê a reestruturação urbanística de uma área de 54 hectares, onde se situa o colégio inglês "St. Julian's", com a criação de um parque urbano, a "preservação e valorização do conjunto edificado da Quinta dos Ingleses" e um empreendimento de "usos habitacional, de comércio, de serviços, hoteleiro e outros".

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