O CDS quer ouvir no parlamento o almirante Torres Sobral, fundador do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) e seu diretor entre 2014 e 2016, para "ajudar a perceber a natureza dos problemas" que levaram à demissão do mais recente dirigente daquele centro, Pedro Veiga..Torres Sobral quebrou o silêncio e revelou ao DN que o governo deixou o Centro de Cibersegurança "quase na falência", com as cativações orçamentais impostas, que atingiram quase 60% das receitas próprias..Conforme o DN também salientou, a demissão estrondosa de Pedro Veiga - em pleno simulacro de um ciberataque - teve motivações de caráter financeiro. Este dirigente acusou o ministro da Ciência, Manuel Heitor, de não ter cumprido o prometido em relação à transferência para o CNCS da gestão de um domínio da internet (.PT), que está nas mãos de uma associação privada, que permitiria aumentar o orçamento em 2.5 milhões por ano e fazer as necessárias contratações de peritos..O CDS, que já tinha também requerido a audição de Pedro Veiga, entregou esta tarde um "aditamento" para chamar Torres Sobral. "Trata-se de uma voz autorizada, conhecedora do projeto CNCS e do que o mesmo precisa para levar por diante as respetivas missões, pelo que certamente poderá ajudar a Comissão a perceber a natureza dos problemas que levaram o coordenador Pedro Veiga a pedir a demissão", é escrito no requerimento do grupo parlamentar centrista..O CDS recorda as declarações ao DN do almirante "relativas às limitações do financiamento do CNCS, que terão sido sentidas pelo fundador do CNCS, quando foi diretor do mesmo, que igualmente o terá levado a pedir a demissão destas funções".