Chumbo de auditoria leva TVI e RTP a abandonar CAEM
A TVI justifica a opção com o facto da CAEM ter ignorado os pedidos da estação e da RTP para a "realização de uma auditoria final ao funcionamento do serviço de audimetria prestado pela GfK", há cerca de uma semana, atuando assim "de uma forma contrária à prossecução do seu fim social, conforme delimitado pelos respetivos estatutos" e demonstrando "não ter a capacidade para ser representativa de todos os interesses do mercado". "A CAEM deixou de estar em condições para ser um instrumento de autorregulação deste mercado", lê-se.
Também a RTP, em nota enviada aos órgãos de comunicação social, veio declarar ter entregue a sua exoneração como associada da comissão de autoregulação, na sequência de ter sido "recusada sem qualquer fundamentação, a validação final do painel e das correções do sistema audimétrico".
"A auditoria foi pedida pela TVI e pela RTP, as quais no seu conjunto representam a maioria das audiências televisivas em Portugal, metade do valor do mercado de publicidade em televisão e suportam 44,5% do custo total do serviço a auditar", adiantou a estação de Queluz de Baixo.
Recorde-se que a decisão de rejeição foi votada em Assembleia Geral, a 30 de abril, com 85% dos votos dos associados, dois votos contra e duas abstenções.
A rutura com a CAEM por parte da RTP e da TVI - na sequência da recusa do organismo em realizar uma auditoria "que seria suportada pela TVI e pela RTP, sem custos para os demais associados da CAEM ou para esta associação", diz a declaração de Queluz de Baixo - surge na véspera de uma nova direção tomar posse. Luís Marques, administrador editorial da Impresa, entregará o cargo esta terça-feira, a António Casanova, vice -presidente da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) e representante da Unilever Jerónimo Martins.