"É verdade que muitos países estão preocupados com esta demonstração indiscriminada de protecionismo e unilateralismo", afirmou em conferência de imprensa a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. ."Acreditamos que todos os países, sobretudo as economias desenvolvidas, devem aderir ao multilateralismo, face a ações indiscriminadas e que não são construtivas", acrescentou..Hua pediu a todos os países que se oponham às medidas dos EUA e que adotem o sistema internacional de comércio "aberto e transparente", que tem como centro a Organização Mundial do Comércio..Estas declarações surgem um dia depois de o secretário de Comércio norte-americano, Wilbur Ross, ter aterrado em Pequim com uma delegação de 50 membros para continuar as negociações que visam evitar uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. .Ross afirmou na quinta-feira que Washington "decidiu não prolongar a exceção para a UE, Canadá e México, das taxas alfandegárias de 25% e 10% para as importações de aço e alumínio, respetivamente"..A administração de Donald Trump decidiu há um mês isentar temporariamente aquelas três regiões, para dar mais tempo às negociações..Ross sublinhou que, apesar de "ter havido avanços nas conversações com a UE", estes "não foram suficientes"..Na semana passada, Pequim comprometeu-se a "aumentar significativamente" as compras de produtos agrícolas e recursos energéticos norte-americanos após negociações entre ambos os países. .No entanto, não está previsto que pare de subsidiar empresas do setor tecnológico e garanta uma melhor proteção dos direitos de propriedade intelectual das empresas norte-americanas, as principais causas de fricção com os EUA..Pelas contas de Washington, no ano passado, a China registou um excedente de 375,2 mil milhões de dólares (320 mil milhões de euros) - quase o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) português - no comércio com os EUA..Donald Trump exigiu a Pequim uma redução do défice dos EUA em "pelo menos" 200.000 milhões de dólares (170.000 milhões de euros), até 2020, visando cumprir com uma das suas principais promessas eleitorais..Trump quer ainda taxas alfandegárias chinesas equivalentes às praticadas pelos EUA e que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certos setores industriais estratégicos.