Chico Buarque e Pilar del Río homenageiam Saramago

Chico Buarque e Pilar del Río participaram ontem, em São Paulo, numa homenagem a José Saramago, num dos espaços preferidos do Prémio Nobel da Literatura nesta cidade brasileira.<br />
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A homenagem incluiu uma sessão com leituras de passagens de livros do escritor português, na cidade escolhida por José Saramago para o lançamento mundial de "A Viagem do Elefante", em 2008.

"José Saramago fez muitos amigos no Brasil, um dos mais próximos foi Chico Buarque, que aqui representa todos aqueles que o José deixou", disse Luiz Schwarcz, editor de Saramago no Brasil.

Visivelmente emocionado, Schwarcz sublinhou que o local escolhido para a homenagem, o teatro do Sesc, recebeu diversas vezes o escritor português, falecido em Junho passado, para lançamentos de livros e palestras.

"Pilar, essa homenagem é sua e também é para você", disse o editor, aplaudido por uma multidão que esgotou os bilhetes para o evento em poucos minutos, segundo a organização.

Schwarcz disse que passou o dia a preparar algumas palavras para falar ao público presente e que resolveu dizer a seguinte frase sobre Saramago: "Quantos pais um homem perde no decorrer de sua vida?".

Pilar del Río abriu a sessão de homenagem com a leitura de uma passagem de "As Intermitências da Morte", e Chico Buarque encerrou o evento com um trecho de "O Ano da Morte de Ricardo Reis".

Outras três actrizes brasileiras, Denise Weinberg, Bete Coelho e Lígia Cortez, revezaram-se no palco com a leitura de passagens de "Ensaio Sobre a Cegueira" e "Memorial do Convento".

Entre cada um das leituras, foram exibidas imagens do documentário "José e Pilar", do realizador português Miguel Gonçalves Mendes, e fotos do arquivo pessoal de Saramago.

No saguão do teatro, um livro foi deixado pela organização do evento para que o público escrevesse mensagens ao autor português.

O livro, "um documento do carinho dos brasileiros por José Saramago", segundo Luiz Schwarcz, será futuramente enviado para os arquivos da Fundação Saramago.

"Saramago continua vivo, obra e memória não o deixam morrer", disse o director do teatro, Danilo de Miranda, para quem o autor português foi uma "voz altiva que não temia controvérsia".

O brasileiro Fernando Meirelles, realizador do filme "Ensaio Sobre a Cegueira", também participou nesta homenagem a Saramago.

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