Chefes militares analisaram missões para o próximo ano
Comandar a missão de treino e formação da UE na República Centro-Africana (RCA) em 2018 é uma das propostas que o Conselho Superior de Defesa Nacional (CSDN) analisa hoje, admitiram ontem fontes militares ao DN.
Portugal já participa nessa missão, a EUTM RCA (sigla em inglês), com 11 militares e a proposta nacional, a ser aprovada e aceite por Bruxelas, implicará mais uma dezena e meia de efetivos, explicou uma das fontes. A proposta, que o ministro da Defesa revelou ontem no Parlamento, foi uma das que o Conselho de Chefes militares apreciou também ontem numa reunião para coordenar as várias iniciativas na mesa, disse outro oficial.
Uma delas é o regresso de um contingente militar de combate ao Afeganistão no final do primeiro trimestre de 2018 sob a bandeira da NATO. Segundo o ministro Azeredo Lopes, essa força terá duas componentes: uma para atuar como força de reação rápida, até 135 efetivos e instalada no aeroporto de Cabul; a segunda, até 35 efetivos, para treinar os soldados afegãos na arma de Artilharia.
"Portugal escolheu uma missão de risco o mais contido possível", sublinhou o ministro aos deputados da Comissão de Defesa. Falta agora a aprovação formal para ser planeada e depois empregue - mesmo com fuzileiros, pois no primeiro semestre deverá estar uma companhia de paraquedistas na RCA e uma unidade de comandos em preparação para a substituir no segundo semestre do ano.
Recorde-se que a decisão de retirar o contingente militar ao serviço da NATO no Kosovo, este ano, suscitou fortes críticas no Exército e da oposição por Portugal diminuir o seu esforço na organização aliada. Azeredo Lopes contrapôs ter manifestado a disponibilidade para integrar nova missão com uma força de dimensão similar: uma companhia de forças especiais, em regra militares paraquedistas ou comandos - aos quais poderão juntar-se os fuzileiros a partir do próximo ano, coincidindo com um novo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas oriundo da Marinha.
Note-se que, na segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa falou do CSDN mas sem identificar as missões a autorizar para 2018: "Está para decisão próxima em Conselho Superior de Defesa Nacional a renovação de uma missão portuguesa em África e uma nova missão na Europa." Afastado o regresso a curto prazo de grandes destacamentos militares aos Balcãs, a relativa ao território europeu a que o Presidente estaria a referir-se será a do patrulhamento aéreo dos Bálticos com caças F-16 - a qual, ainda não autorizada, consta há muito do planeamento da NATO por ser rotativa entre os aliados envolvidos e começará em maio.
Outra missão para continuar será a que está ao serviço da ONU na RCA, iniciada em janeiro de 2017 com um prazo de um ano que pode "ser renovável por iguais períodos de tempo", conforme nota oficial então divulgada.