O chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) pediu esta tarde a demissão do cargo, soube o DN, tendo pouco depois a presidência da República aceite a sua exoneração..O palácio de Belém publicou na sua página oficial ter aceitado a exoneração do CEME, tendo o Presidente "agradecido os relevantes serviços prestados ao País"..O pedido de demissão do general paraquedista Carlos Jerónimo foi apresentado esta tarde, levando-o a já não participar na cerimónia de lançamento da biografia do tenente-general Tomé Pinto..O CEME demissionário é assim o terceiro chefe militar - todos do Exército - a pedir a demissão desde o início dos anos 1990, após os generais Loureiro dos Santos (com o então ministro Fernando Nogueira) e Silva Viegas (em protesto contra o ex-ministro Paulo Portas)..Carlos António Corbal Hernandez Jerónimo desempenhava as funções de CEME desde fevereiro de 2014, tendo sucedido ao atual chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA, general Pina Monteiro..A sua demissão ocorre dois dias depois de o ministro da Defesa exigir explicações ao CEME por causa de declarações feitas pelo subdiretor do Colégio Militar sobre a exclusão de alunos homossexuais.."O Ministério da Defesa considera absolutamente inaceitável qualquer situação de discriminação, seja por questões de orientação sexual ou quaisquer outras, conforme determinam a Constituição e a Lei", assumiu o ministro Azeredo Lopes ao DN..O tenente-coronel António Grilo, subdiretor do Colégio Militar, declarou há dias ao Observador: "Nas situações de afetos [homossexualidade] obviamente não podemos fazer transferência de escola. Falamos com o encarregado de educação para que percebam que o filho acabou de perder espaço de convivência interna e a partir daí vai ter grandes dificuldades de relacionamento com os pares. Porque é o que se verifica. São excluídos.".Azeredo Lopes requereu "o devido esclarecimento" ao CEME, "bem como sobre as medidas que pretende adotar, enquanto responsável pelas orientações superiores" do Colégio Militar, "para garantir o direito à não discriminação, nomeadamente em função da orientação sexual".