Chefe da polícia do Capitólio diz que cerco foi um "comportamento criminoso"

Steve Sund salientou que os manifestantes pró Donald Trump entraram de forma "violenta" no Capitólio munidos de armas de fogo, barras de metal, substâncias químicas que provocam irritações na pele e nos olhos e outro tipo de armamento
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O chefe da Polícia do Capitólio, num primeiro comentário público, afirmou esta quinta-feira que o cerco feito quarta-feira ao edifício onde se reuniam o Senado e a Câmara dos Representantes por apoiantes de Donald Trump foi um "comportamento criminoso turbulento".

Numa declaração, Steve Sund salientou que os manifestantes pró Donald Trump, o Presidente cessante dos Estados Unidos, entraram de forma "violenta" no Capitólio munidos de armas de fogo, barras de metal, substâncias químicas que provocam irritações na pele e nos olhos e outro tipo de armamento.

A multidão, segundo Sund, "atacou ativamente" os agentes da polícia e estava "determinada a entrar no Capitólio para provocar grandes danos".

Um agente da Polícia do Capitólio disparou e atingiu uma pessoa, provocando-lhe a morte, admitiu Sund, sem, porém, identificar o autor do disparo, limitando-se a indicar que será colocado sob licença administrativa enquanto decorrer a investigação já em curso.

O chefe da Polícia do Capitólio, por outro lado, defendeu a atuação das suas forças de segurança em resposta às críticas de que os agentes presentes não pararam a incursão.

Segundo Sund, a Polícia do Capitólio "tinha um plano robusto" para o que estava previsto, apenas protestos pacíficos.

Mas o que ocorreu na quarta-feira, argumentou, foi um "comportamento criminoso turbulento".

Sund acrescentou que mais de meia centena de agentes das forças de segurança do Capitólio e de Washington ficaram feridos, tendo vários deles sido hospitalizados em estado grave.

Apoiantes do chefe de Estado cessante dos Estados Unidos entraram em confronto com as autoridades e invadiram o Capitólio, em Washington, na quarta-feira, enquanto os membros do congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do Presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de novembro.

Pelo menos quatro pessoas morreram na invasão do Capitólio, anunciou a polícia, que deu conta de que tanto as forças de segurança, como os apoiantes de Trump utilizaram substâncias químicas durante a ocupação do edifício.

Já esta quinta-feira o Congresso dos Estados Unidos ratificou a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro, na última etapa antes de ser empossado em 20 de janeiro.

O vice-presidente republicano, Mike Pence, validou o voto de 306 grandes eleitores a favor do democrata contra 232 para o Presidente cessante, Donald Trump, no final de uma sessão das duas câmaras, marcada pela invasão.

A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais dos Estados Unidos foi interrompida quarta-feira, mas, quatro horas depois, as autoridades declararam que o edifício do Capitólio estava em segurança.

Biden, afirmou que os violentos protestos foram "um ataque sem precedentes à democracia" do país e instou Trump a pôr fim à violência.

Pouco depois, Trump pediu aos seus apoiantes e manifestantes que invadiram o Capitólio para irem "para casa pacificamente", mas repetindo a mensagem de que as eleições presidenciais foram fraudulentas.

A rede social Facebook suspendeu temporariamente, tal como já tinha feito o Twitter, a conta de Trump, na sequência da violência no Capitólio.

O governo português condenou os incidentes, à semelhança da Comissão Europeia, do secretário-geral da NATO e dos governos de vários outros países.

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