É considerada a maior burla do imobiliário em Maiorca, ilha balear espanhola, e terá desviado entre cinco e sete milhões de euros, afetando cerca de 300 pessoas. Considerado o chefe da rede, o espanhol Carlos García-Roldán, conhecido por Charly, foi detido na semana passada na Colômbia, onde tentava passar despercebido com uma vida discreta e recatada..Os pormenores sobre a vida de Charly naquele país sul-americano são agora revelados pela imprensa espanhola. O presumível burlão vivia em Buga, perto de Cali, onde se refugiou em casa da avó da namorada, sob uma imagem completamente transformada. O antigo empresário loiro e gordinho, com ares de Boris Johnson (antigo mayor de Londres), deu lugar a um homem de cabelo negro, barba grisalha e corpo adelgaçado em sessões diárias de ginásio. Além disso, Charly fazia alguns trabalhos como estafeta, de mota. Um estilo radicalmente diferente que lhe permitiu passar despercebido durante vários meses..Carlos García-Roldán aterrou na Colômbia em abril do ano passado, depois de ter fugido via Paris, quando as denúncias contra ele e a empresa Lujo Casa, na qual trabalhava, se começaram a acumular. O plano de Charly era sempre o mesmo: prometia vivendas luxuosas, ainda em fase de plano, a preços apelativos e com boas condições de pagamento; exigia 10% do investimento à cabeça e, depois, ia multiplicando as desculpas para justificar os atrasos na construção..As primeiras queixas contra o burlão começaram a dar-se em março do ano passado e rapidamente ultrapassaram as 300, levando a que, de um dia para o outro, a promotora imobiliária fechasse portas e García-Roldán desaparecesse, deixando todas essas pessoas sem dinheiro nem vivendas..Para dar com o paradeiro de Charly, a Guardia Civil contou com o depoimento da namorada do empresário, que avisou sobre a alteração de imagem do espanhol, a aguardar agora extradição para Espanha. Além de García-Roldán, foram detidas mais dez pessoas e congeladas 98 contas bancárias e 38 propriedades imobiliárias..As autoridades continuam a tentar chegar ao rastro dos milhões desviados, na esperança de recuperar pelo menos parte do dinheiro investido por centenas de compradores vítimas da maior burla do imobiliário em Maiorca.