Chacón lança candidatura e aquece luta no PSOE
A ex-ministra da defesa espanhola, Carme Chacón, de 40 anos, apresentou a sua candidatura à liderança do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o maior da oposição em Espanha. O seu adversário será o candidato derrotado nas últimas legislativas, Alfredo Perez Rubalcaba, de 60 anos, ex-ministro do interior e número dois do governo.
"Apresento-me porque temos vontade de mudar", afirmou Chacón, no seu discurso de apresentação. A candidata sublinhou a origem catalã, mas também de Aragão e Castela, para concluir que desconfiava das fronteiras: "A minha origem tem a ver com a minha causa, uma causa sem fronteiras, a causa do socialismo", afirmou.
A candidata a secretária-geral definiu-se contra o imobilismo no partido, pediu "respeito" pela democracia interna e defendeu uma política europeia baseada nas instituições.
Os socialistas sofreram em Novembro uma pesada derrota e as duas candidaturas apresentam-se no 38º Congresso, que se realiza em Sevilha entre 3 e 5 de Fevereiro, com apoios idênticos. Chacón, que domina o Partido Socialista da Catalunha, terá o apoio dos delegados de Barcelona e Madrid. Rubalcaba, que defende "mudança e unidade", dispõe das importantes federações galega e das Astúrias, entre outras menores. Os delegados terão um papel mais influente do que em anteriores congressos e o voto decisivo poderá vir das federações andaluza ou valenciana.
A seu favor, Chacón terá sobretudo a juventude e o facto de ser mulher. Contra, o ressentimento de alguns pela divisão interna que representa, além de promessas anteriores de que não seria candidata.