CGTP e UGT separadas no Dia do Trabalhador

Os portugueses vão poder comemorar hoje os 40 anos do Dia do Trabalhador em liberdade, participando em manifestações de protesto ou festividades um pouco por todo o país para reivindicar novas políticas para Portugal.
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As duas centrais sindicais promovem, como habitualmente, comemorações do 1.º de Maio em separado e desta vez também de forma diferente.

A CGTP realiza o tradicional desfile em Lisboa, entre o Martim Moniz e a Alameda, onde o seu secretário-geral deverá apelar à mobilização e ao protesto nas ruas contra a retirada de direitos e o empobrecimento da população.

A UGT este ano optou por voltar ao modelo antigo, não desfilando na avenida da Liberdade, mas sim festejando no jardim junto à Torre de Belém.

A CGTP-IN, através das suas estruturas regionais, assinala o 1.º de Maio em mais de 40 localidades do continente e das regiões autónomas com manifestações, concentrações, convívios e iniciativas culturais, desportivas e lúdicas.

Sob o lema "Lutar para mudar de política e de Governo -- Abril e Maio de novo com a força do povo", a Intersindical conta ter "muitos milhares de trabalhadores, de reformados e de jovens" nas ruas, para manifestar a sua indignação contra a política do Governo do PSD-CDS e da 'troika'.

"O 40.º aniversário do 1º de Maio em liberdade tem, neste quadro complexo, mas simultaneamente desafiante para todos quantos lutam pela efetivação dos direitos, liberdades e garantias que a Revolução de Abril nos trouxe e o 1.º de Maio em liberdade consolidou, um significado especial", assume a central sindical.

Para a Inter, "nunca como hoje foi tão gritante o contraste entre os ideais -- de liberdade, de dignidade, de justiça social, de progresso, de direitos sociais -- que estas datas simbolizam e a realidade de uma governação que tão brutalmente as contradiz e sistematicamente as põe em causa".

Em Lisboa, a CGTP promove, durante a manhã, a Corrida Internacional do 1.º de Maio, com partida e chegada no Estádio 1.º de Maio.

Para o início da tarde está previsto o desfile entre o Martim Moniz e a Alameda D. Afonso Henriques, que terminará com um comício sindical, que terá como principal orador o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos.

A UGT, depois de um interregno de alguns anos, vai voltar a comemorar o Dia do Trabalhador junto à Torre de Belém, com festa e convívio ao longo dia dia.

Para meio da tarde está previsto o comício sindical, que terminará com um discurso do secretário-geral da UGT, Carlos Silva.

A defesa do emprego, dos salários e das pensões e do Estado Social são algumas das reivindicações da UGT neste Dia do Trabalhador.

O feriado do 1.º de Maio foi a primeira conquista sindical após a revolução de Abril de 1974, integrando um conjunto de 14 reivindicações que a Intersindical se apressou a apresentar à Junta de Salvação Nacional no dia seguinte à Revolução dos Cravos.

Foi a 27 de abril que a Junta de Salvação Nacional decretou o 1.º de Maio como feriado nacional para comemorar o Dia Internacional do Trabalhador.

Nesse 1.º de Maio em liberdade foi escolhida a Alameda Afonso Henriques, em Lisboa, para a concentração inicial e o comício foi no Estádio desde logo batizado de 1.º de Maio, que não chegou para albergar todos os que participaram no desfile. As comemorações estenderam-se a todo o país, sob o lema "paz, pão e liberdade".

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