Os sete locais mais ameaçados da Europa
O centro histórico de Viena e a fábrica de gelo de Grimsby, no Reino Unido, estão na lista de 2018 dos sete locais mais ameaçados, do património cultural europeu, hoje divulgada pela Europa Nostra e pelo Banco Europeu de Investimento. A lista incluiu ainda monumentos e edifícios situados na Albânia, Bulgária, Geórgia, Roménia e Turquia, mas ao contrário do que aconteceu noutras edições, não integra nenhum português.
E em 2016, o Palácio Valflores, em Santa Iria da Azóia, Loures, era um dos 14 monumentos da lista de potenciais candidatos ao ranking final, mas conseguiu escapar.
O Convento de Jesus, em Setúbal, e o Palácio de Vilar de Perdizes, em Montalegre, também fizeram parte de candidatos aos sete monumentos e sítios mais ameaçados da Europa, em edições anteriores.
Na edição deste ano, os locais selecionados são as igrejas Pós-Bizantinas em Voskopoja e Vithkuqi, na Albânia, o monumento Buzludzha, na Bulgária, os Mosteiros David Gareji e Hermitage, na Geórgia, o Casino Constanta, na Roménia, o orfanato grego Prinkipo das Ilhas Príncipes, na Turquia, e da Fábrica de gelo de Grimsby, no Reino Unido.
Os setes locais escolhidos apresentam graves condições e põem em perigo a herança cultural, alguns degradados por negligência, outros por desenvolvimento inadequado ou devido à falta de especialistas ou recursos, de acordo com o comunicado hoje divulgado.
A seleção dos espaços foi elaborada por especialistas em história, arqueologia, arquitetura, conservação, analistas de projetos e economistas. A lista é elaborada desde 2013.
No ano em que se celebra o Património Cultural Europeu, o presidente da Europa Nostra, o cantor Plácido Domingo, afirmou que esta lista representa os "sete locais em perigo que comprometem raros tesouros da cultura e património europeu, que correm o risco de ser perdidos".
Em relação à conservação dos espaços, Domingo referiu que "as comunidades locais estão totalmente comprometidas" a ajudar na sua preservação, mas é "necessária a ajuda europeia", solicitando que "participantes locais, regionais, nacionais e europeus, tanto públicos como privados, juntem forças para assegurar um futuro viável para estes locais".
O responsável pelo Banco Europeu de Investimento Francisco de Paula Coelho disse, por seu lado, que o Ano Europeu de Património Cultural oferece um "enquadramento ideal" para a recuperação dos sete monumentos e sítios nesta lista, com a conjugação de financiamentos públicos e privados.
Na lista dos "pré-selecionados", divulgada a 17 de janeiro, o conjunto de quase 300 grutas pré-históricas da cidade de Cádis, em Espanha, estava entre os 12 monumentos mais ameaçados.
Estavam também nessa lista a planta das minas de carvão de Beringen, na Bélgica, o Centro Histórico de Gjirokastra, na Albânia, a rede de cabo aéreo em Chiatura, na Geórgia, e o castelo de Sammezzano na Toscana, em Itália.
A Europa Nostra é uma organização não-governamental que visa a salvaguarda do património, representada em Portugal pelo Centro Nacional de Cultura.