Centro europeu de excelência nasce hoje no país
Levar a medicina regenerativa e de precisão, ou personalizada, a um novo patamar, com o desenvolvimento de terapias de nova geração para doenças como as de Alzheimer e Parkinson, a osteoporose, a obesidade ou os problemas cardiovasculares, entre outros, é o intuito do The Discoveries Centre, o novo centro europeu de excelência, com sede na Universidade do Minho, que hoje inicia atividade.
Resultado de um consórcio aprovado pela Comissão europeia no âmbito do programa Horizonte 20 20, com um financiamento de 15 milhões de euros para os próximos sete anos, o centro é liderado, justamente, pela Universidade do Minho, através do seu grupo de investigação 3B"s, que desde há 20 anos desenvolve investigação de de topo mundial em medicina regenerativa.
Do consórcio europeu fazem também parte as universidades do Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa e Nova de Lisboa, além da University College de Londres, que "é líder mundial em ciências e tecnologias da saúde", como explica o cientista Rui Reis, coordenador do grupo 3B"S, professor e vice-reitor da Universidade do Minho.
"Decidimos fazer isto com a University College de Londres, uma das melhores da Europa, que tem inúmeros grupos de investigação nesta área, e não fazia sentido que fôssemos só nós, Universidade do Minho, em Portugal, uma vez que este pode ser um projeto estruturante para a ciência no país, e por isso temos como parceiras as outras universidades portuguesas que integram os principais institutos de investigação reconhecidos nesta área da saúde em Portugal", sublinha Rui Reis.
A ideia é desenvolver terapias inovadoras e centradas no paciente para as doenças músculo-esqueléticas, neurodegenerativas e cardiovasculares. Com a University College de Londres - e toda a sua experiência e massa crítica - como parceira, o consórcio vai apostar no desenvolvimento e translação (para a prática clínica) de novas terapias.
Das 170 candidaturas apresentadas a Bruxelas neste concurso, só 10 foram aprovadas para financiamento, entre os quais o The Centre for Discoveries, o único com sede em Portugal.
As previsões "são sempre difíceis de fazer" mas, daqui a sete anos, espera Rui Reis, "poderemos estar, todos os parceiros, muito mais perto de termos algumas destas terapias para aplicação em humanos e outras muito próximo disso". Nessa altura, sublinha, "teremos muito mais conhecimento e mais propriedade intelectual, porque vamos apostar muito nisso, e portanto teremos também um número de spin offs e startups [novas empresas] muito maior".