Centeno. "Tudo indica que se possa estar a atingir o pico da inflação neste quarto trimestre"

O governador do Banco de Portugal vê "com algum ânimo" os mais recentes indicadores sobre a subida de preços em Portugal e na Zona Euro. Defende que há condições para que as taxas de juro sofram um aumento mais reduzido, depois de duas subidas consecutivas de 0,75 pontos base.
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Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, encara "com algum ânimo" os mais recentes indicadores sobre a inflação em Portugal e na Zona Euro. Considera que há condições para que o Banco Central Europeu (BCE) anuncie uma subida mais reduzida das taxas de juro.

"Tudo indica, e estes indicadores mais recentes, desse ponto de vista, podem ser lidos com algum ânimo, que se possa estar a atingir o pico da inflação neste quarto trimestre", afirmou o ex-ministro das Finanças em entrevista à Rádio Renascença. Refere, no entanto, que é necessário "cautelas na leitura dos números".

Questionado sobre se 2023 será um ano de alívio, Centeno responde: "Se atingirmos o pico - e este "se" eu sei que tem o seu valor - da inflação ao longo do quarto trimestre deste ano e isso for algo que se materialize no princípio de 23, isso vai acontecer".

De acordo com o governador de Portugal, "os choques eminentemente exógenos", como a guerra na Ucrânia, a crise energética e a política covid zero da China "são situações que se mantêm mas não se agravaram". "Não há choques novos a aparecer", explicou.

"As previsões para 2023 do Banco Mundial, dos preços da generalidade, eu diria até da totalidade de matérias primas, bens energéticos, fertilizantes, minerais, são todas variações esperadas negativas nos preços, o que significa que se começou a inverter o ciclo", considerou Centeno.

No que se refere à próxima reunião do BCE, a 15 de dezembro, o governador do Banco de Portugal defende na mesma entrevista que há condições para uma subida mais reduzida das taxas de juro, na ordem dos 0,50 pontos base, depois dos últimos dois aumentos de 0,75 pontos base.

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