Centenas de portugueses em Valência para apoiarem Miguel Oliveira no adeus ao Moto2

Piloto português tem como objetivo "a vitória" na corrida de Moto2 deste domingo, no Grande Prémio da Comunidade Valenciana, apesar de sair do décimo lugar da grelha de partida na última prova do Mundial.
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Centenas de adeptos portugueses de motociclismo deslocaram-se este fim de semana a Valência, em Espanha, para apoiar Miguel Oliveira, o único piloto nacional a competir no campeonato do mundo de velocidade, na Moto2.

Só pelo Clube de Fãs do piloto português foram vendidos 302 bilhetes para uma das bancadas do circuito de Valência. A estes, juntaram-se outros incondicionais adeptos do motociclismo e, sobretudo, do piloto português, uns mais conhecidos do que outros. É o caso de quatro amigos do Moto Clube de Faro. Gaspar Gago, Carlos da Venda, Miguel Tavares e Rodrigo Martins viram nascer o talento de Miguel Oliveira. "A primeira prova que ele fez foi uma corrida que nós organizámos no circuito de Palmela, de 50cc", explicaram à agência Lusa. "Já dava para ver que era bom, mas ninguém imaginava que chegasse tão longe", garantiram os quatro.

Esta é a segunda prova da temporada a que assistem ao vivo, depois de já terem estado em Jerez de la Frontera, à exceção de Gaspar Gago, que também esteve em Assen, na Holanda.

No domingo, são esperados 115 mil espetadores no circuito Ricardo Tormo, de Valência, para assistir às três corridas do dia, de Moto3, Moto2 e MotoGP, apesar da chuva que se espera poder prejudicar os acessos.

Esperam apenas "ouvir tocar A Portuguesa".

A mesma expectativa acalentam Manuel e Hugo Mota, pai e filho que vieram de Vila Verde, em Braga. Esta é a quarta corrida da época a que assistem, depois de terem começado a seguir de perto os passos do piloto português no ano passado. "Conheci-o num jantar de amigos e, a partir daí, passei a acompanhá-lo", explicou à Lusa Manuel Mota, .que tal como os outros portugueses espera ouvir tocar A Portuguesa no domingo.

Já o filho Hugo, de 13 anos, gosta sobretudo "do ambiente que se vive nas corridas" e, "claro, do Miguel Oliveira". Vieram integrados num grupo de cerca de uma dúzia de pessoas.

Também os lisboetas Nuno Cordeiro e Rui Raposo vieram a Valência com um grupo de amigos. "Organizámos esta viagem quando ainda havia a possibilidade de o Miguel estar a lutar pelo título. Mas já ficou decidido na prova anterior. De qualquer forma, é sempre uma oportunidade de ver o nosso vice-campeão mundial ao vivo", explicaram.

Clube de fãs gerido pelo pai

Este domingo, o piloto português sabe que terá uma bancada completa a apoiá-lo, pois esgotaram os 302 bilhetes disponíveis através do Clube de Fãs, gerido pelo seu pai, Paulo Oliveira. "Cada vez se veem mais portugueses nos Grandes Prémios", garante o pai do piloto: "Já em Jerez de la Frontera (Espanha), estiveram 400 numa bancada."

Em Valência, os bilhetes para os três dias foram colocados à venda em duas fases. Na primeira, custavam 115 euros e, na segunda, 135. "Os preços são os mesmos que a organização pratica. Não fazemos disto um negócio. A única vantagem é podermos concentrar as pessoas todas no mesmo local", explicou Paulo Oliveira.

Mas Miguel Oliveira desperta simpatias um pouco por todo o mundo. Após os treinos ainda posou para a fotografia com duas adeptas holandesas, que fizeram questão de lhe entregar uma caixinha com doces típicos do seu país. "São só de açúcar, certo? É que vindo da Holanda nunca se sabe", perguntou o piloto português vice-campeão do mundo de moto2, prontamente descansado pelas fãs, que se afastaram com um sorriso rasgado.

Para o corredor da KTM, este apoio é "fantástico". "Quantos mais portugueses vierem às corridas, mais contente me deixam. É sinal que estamos a puxar pelo povo para vir assistir. É um motivo de orgulho",admitiu o piloto de Almada, que só consegue sentir o carinho do público no final das provas: "Em corrida não consigo ver nada. Só nas voltas de saída para a pista é que vejo alguma coisa."

Um dos poucos que não caiu

Miguel Oliveira é um dos poucos que ainda não foi ao chão nos treinos do Grande Prémio da Comunidade Valenciana de 2018, o último da temporada e o que registou maior número de quedas nos últimos cinco anos. Em apenas dois dias de treinos (sexta-feira e sábado), registaram-se 98 quedas, mais 27 do que nos três dias de prova de 2017, disputada em piso seco.

No sábado, foram 43 as quedas registadas nas três classes em disputa (Moto3, Moto2 e MotoGP), que se somam às 55 de sexta-feira, grande parte delas provocadas pela chuva que se tem feito sentir.

A categoria mais fustigada foi mesmo a de Miguel Oliveira, um dos poucos que ainda não caiu. Para domingo, dia das corridas nas três classes do Mundial, a previsão meteorológica aponta para chuva intensa, o que pode fazer aumentar ainda mais os números."As condições de aderência não estão perfeitas e quando se tenta andar rápido, as quedas surgem", explicou à Lusa o piloto português, que tem como objetivo "a vitória" na corrida de Moto2 deste domingo, no Grande Prémio da Comunidade Valenciana, apesar de sair do décimo lugar da grelha de partida na última prova do Mundial.

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