Centenas de milhares assinam petição contra o plano de Boris
"O Parlamento não deve ser suspenso ou dissolvido enquanto o prazo previsto no artigo 50.º não tiver sido suficientemente alargado ou a intenção do Reino Unido de se retirar da UE não tiver sido anulada." É este o texto, criado em resposta ao anúncio do chefe do governo britânico, esta manhã, de que o Parlamento vai ser suspenso durante a segunda semana de setembro e até 14 de outubro, duas semanas antes da nova data do Brexit, 31 de outubro.
Em poucas horas a petição atingiu as 400 mil assinaturas e, ao ritmo a que cresce, entre 1200 e 1500 por minuto, não surpreenderá se ultrapassar um milhão. Como ultrapassou a barreira das cem mil assinaturas terá de ser debatido na Câmara dos Comuns, embora dessa discussão não possa sair nenhuma conclusão vinculativa.
A petição mais popular desde a criação da página do Parlamento dedicada ao tema foi a que exigia a revogação do Artigo 50.º, ou seja, pela permanência do Reino Unido na UE. Reuniu mais de seis milhões de assinaturas.
A rainha Isabel II recebeu Boris Johnson no castelo de Balmoral, na Escócia, e aprovou a ordem de suspensão do Parlamento.
A decisão enfureceu a oposição e o líder da Câmara dos Comuns. Para John Bercow esta medida "é um escândalo constitucional", "uma ofensa ao processo democrático e aos direitos dos deputados enquanto represententantes eleitos pelo povo".