Confrontos em marcha de supremacistas brancos em Charlottesville. Declarado estado de emergência
A polémica marcha "Unir a direita", que concentra este sábado milhares de nacionalistas e brancos supremacistas em Charlottesville, na Virgínia, foi suspensa, depois de o governador ter declarado o estado de emergência em resposta aos confrontos que começaram ainda antes da hora marcada para o início da manifestação.
Apoiantes da manifestação e pessoas que estão contra o protesto gritaram, cantaram, trocaram murros, lançaram garrafas de água e 'sprays' químicos uns contra os outros. As autoridades locais tiveram de intervir, com a polícia a ordenar a dispersão dos manifestantes.
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Os manifestantes de extrema-direita, muitos com bandeiras confederadas e a cantar slogans nazis, segundo o The New York Times, foram também abordados por outros grupos que gritavam "escumalha nazi". Antes do meio-dia rebentaram os primeiros confrontos.
Os problemas, aliás, já tinham começado no dia anterior. Na sexta-feira à noite um grupo de manifestantes reuniu-se no 'campus' da Universidade da Virgínia, com sede em Charlottesville, com tochas para celebrar a decisão de um juiz federal de permitir a manifestação, o que provocou escaramuças com os estudantes, obrigando à intervenção da polícia. Gritando "as vidas dos brancos importam" e "os judeus não nos vão substituir", os manifestantes concentraram-se em frente à estátua de Thomas Jefferson, um dos pais fundadores dos Estados Unidos.
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O organizador da marcha, Jason Kessler, afirmou em comunicado que se trata de defender a primeira emenda à Constituição norte-americana, que protege a liberdade de expressão, e de apoiar "os grandes homens brancos que estão a ser difamados, caluniados e derrubados nos Estados Unidos".
Charlottesville, a pequena cidade do Estado da Virgínia, está no centro das atenções devido à remoção de um parque da cidade de uma estátua de Robert E. Lee, um general da Confederação, o lado que durante a guerra civil norte-americana lutou pelo sul do país e pela manutenção da escravatura.
Entre opositores e manifestantes, espera-se que se juntem naquela pequena cidade mais de duas mil pessoas, numa concentração que o Southern Poverty Law Center, que investiga os grupos que fomentam a violência, descreve como "o maior encontro de ódio da sua classe em décadas nos Estados Unidos".
Tendo em conta a possibilidade de confrontos, foram destacados mais de mil agentes das forças de segurança estatal e o governador do Estado da Virgínia, o democrata Terry McAuliffe, pediu aos cidadãos para se manterem longe desta marcha que vai decorrer no Parque da Emancipação.