Ao assistir ao aquecimento - feito em bom inglês já que 10 dos titulares deste Heidelberg eram sul-africanos (tal como a equipa técnica liderada por Cobus Potgietter e Marnitz Botha), juntando-se um inglês, um australiano, um venezuelano e, compondo o ramalhete, só os dois pilares eram efetivamente alemães - e perante a estampa física patenteada pelos jogadores do campeão alemão, logo se percebeu que, para o CDUL, ia ser um dia bem complicado no escritório..Ainda para mais, e num jogo que tinha que ser ganho para se atingirem as meias-finais da 3.ª prova na hierarquia europeia, os universitários treinados pelo australiano Jack Farrer surgiram na sua casa do EU Lisboa muito desfalcados. Entre os habituais titulares estavam ausentes por lesão nomes importantes como os internacionais Nuno Penha e Costa e Jorge Abecassis, os capitães Francisco Pinto de Magalhães e João Lino, e ainda Tiago Girão e Bruno Medeiros. Quase meia equipa....Desde o apito inicial do árbitro georgiano (com fraca exibição) o poderio dos panzers teutónicos começou a ditar lei. Fisicamente impressionantes, compactos e mostrando um apreciável coletivo, os homens de Heidelberg acamparam no meio-campo português com armas e bagagens. E se o CDUL, aqui ou ali, recuperava uma bola, o muro alemão mostrava ser inultrapassável e não abria a mínima brecha. É que as habituais perfurações que tão bem resultam nos jogos do nosso campeonatozinho, frente a estes carros de assalto não passavam de tentativas condenadas ao fracasso..E aos 10', surgiria o ensaio inaugural do encontro com o 2.ª linha venezuelano Julio Rodriguez a concluir, em força, um período de intenso domínio forasteiro (7-0). Sem reduzir o ritmo intenso os alemães continuaram a carregar no acelerador e aos 22' o n.º 6 Jacobus Otto - um magnífico jogador e o melhor marcador de ensaios da seleção alemã - fazia em maul dinâmico o segundo, para 12-0..Só aos 25' o CDUL - fortemente penalizado pela fraca atuação do seu jovem e inexperiente médio de abertura António Núncio - graças a um bom 'turn over', conseguiu pisar a área de 22 contrária. Uma boa sucessão de fases montadas à mão originaria falta alemã (jogada com pontapé para a touche), com o lance a perder-se após alinhamento aos 5 metros....Mas depois deste curto parêntesis, o Heidelberg voltaria ao comando das operações. E com dois ensaios de rajada construídos pelas linhas atrasadas chegaria ao intervalo a vencer por sintomáticos 24-0..Logo na primeira jogada da 2.ª parte o centro Parkinson (adivinharam, é sul-africano!) não tremeu para perfurar a defesa portuguesa e estabelecia os 31-0. Os alemães continuavam por cima do jogo, mas com tamanha diferença no resultado e com as suas forças também a começarem a falhar, as coisas equilibravam-se..Com as substituições o CDUL ganhou novo ímpeto - o Heidelberg fez finalmente entrar alguns jogadores alemães, o que equilibrou a balança... - e através de bons pontapés altos ia criando problemas na defesa alemã, pouco segura a captar bolas altas. E aos 51' faria mesmo o seu único ensaio em nova recuperação de bola, com o formação João Belo a aproveitar um ressalto favorável e a marcar para 31-7 (conversão de Tomás Noronha)..Contudo, em cima dos 80' Vollenkemper (olha, um alemão!) faria o sexto ensaio da sua equipa selando o resultado final em 38-7 para o Heidelberg que veio até Lisboa mostrar a atual diferença existente entre o râguebi dos dois países: a Alemanha mora na 2.ª divisão europeia e Portugal situa-se no degrau abaixo.....Assim e depois de se estrear na Continental Shield a ganhar em Itália diante do Viadana (19-14), o CDUL disse adeus à Europa depois das derrotas já sofridas diante do Timisoara Saracens (47-10) e do Rovigo (45-7)..No próximo sábado (12.00) os campeões nacionais voltam ao seu Universitário para disputar a 37.ª edição da Taça Ibérica diante do campeão espanhol, o VRAC de Valladolid..Campeonato Nacional: Primeira derrota de Agronomia Entretanto para a 3.ª jornada do Campeonato Nacional, no grupo A o Cascais surpreendeu Agronomia ao vencer em casa por 32-29, causando a primeira derrota da temporada aos agrónomos. A equipa da Linha treinada por Tomaz Morais chegou a estar na frente por 10-0 e 25-8, mas no 2.º tempo teve que se unir perante uma forte reação dos homens de Frederico Sousa que quase os levou à cambalhota no resultado..Em Monsanto Direito suou para derrotar a Académica, vencendo por 10-6 (10-0 ao intervalo), na primeira vitória dos advogados nesta fase de apuramento.