CDS reúne esta sexta-feira Conselho Nacional para decidir se há congresso
Os centristas reúnem esta sexta-feira o seu Conselho Nacional extraordinariamente para analisar a crise política e isto depois de o presidente do partido ter solicitado a convocação do órgão máximo entre congressos, que é presidido por Filipe Anacoreta Correia. Sendo que a Comissão Política estava reunida ontem, à hora de fecho desta edição.
Vários líderes distritais do CDS tinham apelado ao presidente do partido para que convocasse um Conselho Nacional extraordinário com vista a adiar o congresso eletivo marcado para o final de novembro, na sequência da crise política.
"A realização de um congresso em vésperas de eleições alhearia o partido da importante tarefa que o nosso eleitorado espera de nós. É por isto que lhe pedimos que solicite, com urgência, a realização de um Conselho Nacional extraordinário que desconvoque o congresso e que mobilize o partido para a sua missão essencial: ganhar o país", pedem os dirigentes.
Através de uma carta enviada ao presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, estes centristas defendem que "o agravamento, por mais um mês, do clima de guerrilha e de agressividade interna" que se tem sentido desde que o congresso foi convocado "não só não dignifica o partido, como desvia do essencial e não esclarece os eleitores".
"Pior: não passa de um tremendo frete ao Partido Socialista", defendem.
A carta enviada a Francisco Rodrigues dos Santos, e à qual a Lusa teve acesso, é assinada pelo presidente do CDS-PP/Açores, Artur Lima, e também pelos presidentes das comissões políticas distritais de Aveiro, Ricardo Silva, de Coimbra, Jorge Alexandre Almeida, de Leiria, Rosa Guerra, do Porto, Fernando Barbosa, de Santarém, Pedro Pereira, de Setúbal, João Merino, de Viana do Castelo, Paulo Sousa, de Vila Real, Gonçalo Nascimento Alves, e de Viseu, José Pinto.
Assinam também delegados distritais de Beja, Bragança, Portalegre e Faro.
Os subscritores notam que o 29.º Congresso foi antecipado por dois meses para permitir "ao partido ganhar tempo na consolidação da sua estratégia de afirmação externa", mas entretanto "tudo mudou". E "com o chumbo do Orçamento do Estado, o Governo socialista precipitou o país para uma crise política, tornando inevitável a imediata antecipação das eleições legislativas". Na ótica destes democratas-cristãos, a "definição de uma estratégia e um programa eleitoral, a par de uma equipa para apresentar aos eleitores, deve ocorrer em clima de conciliação e união".
"Com eleições legislativas num prazo máximo de 60 dias, este não é o tempo adequado para o debate interno. Depois daquelas, teremos tempo de esgrimir as diferenças e as divergências que nos separam. Até lá, a legitimidade dos órgãos do partido é indiscutível", frisam ainda na carta.
O 29.º Congresso do CDS-PP está agendado para os dias 27 e 28 de novembro e são candidatos à liderança o atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, e o eurodeputado e líder da distrital de Braga, Nuno Melo, que considerou "absurdo" o adiamento do congresso em caso de crise política, argumentado que seria "incompreensível e inaceitável" o atual presidente apresentar-se às eleições legislativas sem ir a votos internamente.