CDS diz que há condições para desistir da taxa sobre pensões
"É para nós também positivo que se comecem a construir condições para que essa medida não vá para a frente, não seja aplicada e assim se evite uma medida que tinha um impacto social muito relevante na redução do rendimento de quem já não tem alternativas porque já está retirado da atividade e porque temos noção que seria uma medida que poderia levantar problemas de constitucionalidade, o que não era desejável", afirmou João Almeida, em declarações aos jornalistas no parlamento.
O porta-voz do CDS sublinhou que o CDS disse qual era a sua opinião sobre a taxa e que "a UGT disse que tinha essa sensibilidade, inclusivamente da conversa que tinha tido com o senhor primeiro-ministro".
"É uma constatação, não é mais do que isso", afirmou.
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, afirmou esta manhã, à saída de uma reunião com o primeiro-ministro, que o Governo iria abdicar da taxa sobre reformados e pensionistas, dizendo que essa tinha sido uma indicação dada por Pedro Passos Coelho na reunião mantida com a central sindical.
No entanto, horas mais tarde, no final de um encontro com o líder do PS, António José Seguro, Carlos Silva esclareceu que o primeiro-ministro nunca lhe disse que iria abdicar da nova taxa sobre as pensões, mas sim que se mostrou disponível para substituir essa medida por outra de valor equivalente.
Questionado sobre se o CDS-PP vai apresentar alternativas a essa medida, João Almeida afirmou que a carta enviada pelo Governo à `troika" "já tem essa solução".
"Como é público, a carta que foi enviada pelo senhor primeiro-ministro à `troika" já tem essa solução, tem medidas a mais do que aquilo que é o limite em cerca de mil milhões de euros", respondeu.
João Almeida disse que "esse foi um trabalho que o Conselho de Ministros fez previamente" e defendeu que "agora é essencial que o Governo português se empenhe em convencer a `troika" de que outras medidas que foram incluídas, designadamente os cortes nos custos intermédios, nos custos do Estado consigo próprio, são medidas mais justas do que aplicar uma nova taxa sobre os idosos".
Sobre a reunião entre o primeiro-ministro e a direção da UGT, João Almeida congratulou-se "que se tenha mantido o espírito de diálogo entre o Governo e um dos principais parceiros sociais e que tenham sido reafirmados os principais compromissos que foram assumidos".