Um recado à esquerda: "Em governação a realidade derrota sempre a ideologia"

Presidente manda recados à esquerda europeia e nem Varoufakis escapa. Defende ainda uma "união orçamental"
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O Presidente da República deixou hoje alguns recados à esquerda, dando como exemplo a crise grega. Para Cavaco Silva o terceiro resgate do país helénico "é bem o exemplo que, em matéria de governação a realidade acaba por derrotar sempre a ideologia".

Sem nunca se referir ao caso português, mas numa alusão à esquerda europeia no seu todo e em quem defende caminhos diferentes do rigor orçamental, Cavaco insistiu que "a governação ideológica pode durar algum tempo, fazer alguns estragos, deixar faturas para pagar, mas depois é derrotada pela realidade".

No terceiro encontro anual do Conselho da Diáspora Portuguesa, em Cascais, Cavaco Silva recordou que as políticas do governo de Tsipras seriam considerados por alguns em Portugal como "ultraliberais", comentando que "a ideologia só existe como modo de vida na opinião de analistas políticos e de articulistas". Atirando uma farpa direta a Yanis Varoufakis: "O ex-ministro das Finanças da Grécia é um exemplo disso".

O Presidente da República defendeu ainda a existência de uma "União Orçamental" no espaço comunitário que "permita o equilíbrio financeiro de todos os Estado-membros". Cavaco Silva afirmou que "Portugal não tem alternativa à zona euro". Isto porque Portugal precisa da União Europeia "para manter-se à tona" e se "saltasse fora, afundava-se".

Num discurso na linha do que tem feito o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, Cavaco Silva defendeu que Portugal deve ter como dois principais "atributos económicos: a exportação e o investimento privado". O Presidente reforçou a ideia que Portugal terá de "ter a confiança dos investidores privados e das agências de rating".

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