O Chefe do Estado considerou esta sexta-feira, em Lisboa, ser "fundamental garantir que a liberdade de circulação" na Europa "não seja posta em causa por propostas isolacionistas e xenófobas".."A melhor forma de o conseguir é trazendo os valores da solidariedade e da coesão para o centro das políticas europeias, reforçando os laços entre os cidadãos europeus e garantindo o princípio da não-discriminação ou igualdade de tratamento", sublinhou Cavaco Silva..O Presidente da República discursava nas cerimónias do 30º aniversário da adesão de Portugal às Comunidades Europeias, perante as mais altas figuras do Estado, atuais e antigos ministros, membros do corpo diplomático e personalidades como o seu antecessor, Jorge Sampaio, ou os ex-primeiros-ministros Francisco Pinto Balsemão e António Guterres..Cavaco Silva frisou que "a unidade [entre os países membros] é mais importante do que nunca" por só assim poder "responder com eficácia e justiça ao desafio das migrações e do acolhimento dos refugiados", ou "lutar eficazmente contra o terrorismo, no respeito pelos direitos fundamentais e pelo Estado de Direito"..Num período em que "afloram tentações securitárias e nacionalistas", Cavaco Silva argumentou que "importa aprofundar a integração dos migrantes, promover canais legais de migração e assegurar uma política de controlo de fronteiras externas eficaz, mas com respeito pelos direitos fundamentais" .Além de "reiterar o reconhecimento devido a todos os que contribuíram para a adesão de Portugal às Comunidades Europeias" e "aos políticos que tiveram a visão, a audácia, e a determinação de avançar por este caminho", Cavaco Silva lembrou algumas das intervenções que fez enquanto primeiro-ministro e como Presidente da República em defesa do projeto europeu e do papel de Portugal.