Catarina Martins explorou esta segunda-feira a notícia do acórdão do Tribunal Constitucional que declarou inconstitucionais a sujeição das subvenções vitalícias aos antigos titulares de cargos políticos à apresentação de uma condição de recursos, salientando que no "BE nunca nenhum deputado nem deputada ou eurodeputada recebeu subsídios de reintegração ou subvenções, mesmo que tivessem direito a ela"..A porta-voz nacional dos bloquistas falava num comício da candidatura presidencial de Marisa Matias, no Porto, questionando de forma bastante perentória "o que é que passou pela cabeça" dos deputados que enviaram as alterações ao regime das subvenções para os juízes do Palácio Ratton..Catarina salientou, a esse propósito que "nenhum outro partido está em condições de dizer" que teve similar comportamento, mesmo "sendo certo que a lei dava direito" a tal regalia. "Como considerávamos a lei iníqua, nunca nenhum deputado, deputada ou eurodeputado recebeu subvenções vitalícias, subsídios de reintegração ou qualquer outro pagamento de privilégio", atirou..De caminho, notou que o partido que lidera nada tem "contra a proteção social, mas tem tudo contra o privilégio", fazendo anda a ponte para as presidenciais de 24 de janeiro e dando mais um empurrão a Marisa Matias ao sublinhar que a sua candidata "não recebe nenhuma pensão de lado, nem sequer do Banco de Portugal"..Recado à troika: "Despedimentos não vão ser facilitados".Na intervenção, a líder do BE aproveitou para comentar o caderno de encargos que dentro de semana e meia a troika trará ao governo português, deixando um sério aviso à missão que vai aterrar em Lisboa. Portugal mudou, começou por afirmar, para depois deixar uma garantia: "Os despedimentos não vão ser facilitados."."Há em Portugal, por decisão do povo soberano que escolheu, uma nova maioria comprometida com os direitos de quem trabalha e com o combate à precariedade", acrescentou Catarina, que advogou que um outro rumo, "contrário" à liberalização do mercado de trabalho.