Anterior presidente do parlamento não se recandidata ao cargo

"Anuncio que não serei candidata para voltar a ser presidente desta câmara", disse à imprensa a ex-presidente
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A anterior presidente do parlamento catalão, Carme Forcadell, anunciou hoje que não está disposta a ocupar novamente o cargo, devido aos processos judiciais pelo seu envolvimento no processo de secessão da Catalunha.

"Anuncio que não serei candidata para voltar a ser presidente desta câmara", disse à imprensa Carme Forcadell, três semanas depois das eleições antecipadas que voltaram a dar a maioria dos lugares aos partidos independentistas nesta região do nordeste de Espanha.

"Creio que este novo momento político exige uma nova figura isenta de processos judiciais", acrescentou a antiga professora de língua e literatura catalãs, que foi presidente (2012-2015) da influente associação Assembleia Nacional Catalã, que promoveu grandes manifestações pela independência da Catalunha.

Após a proclamação da "República catalã" por 70 deputados (em 135 do parlamento regional), a 27 de outubro - que ficou sem efeito -, o Governo espanhol de Mariano Rajoy colocou a região sob tutela de Madrid, destituiu o executivo regional e dissolveu o parlamento, dominado pelos independentistas.

Carme Forcadell, acusada pela justiça espanhola de "rebelião" e "sedição", passou uma noite em prisão preventiva, a 9 de novembro.

A renúncia de Carme Forcadell, que permanecerá como deputada regional, ocorre dois dias depois de um dos principais candidatos a suceder-lhe, o antigo responsável regional da Justiça Carles Mundo, anunciar que vai abandonar a política.

Como todo o executivo anteriormente liderado por Carles Puigdemont, também estava acusado de "rebelião" e "sedição".

Em outubro de 2016, Forcadell foi alvo de um inquérito por "desobediência", com o Tribunal Constitucional a exigir que ela não permitisse a apresentação de leis ligadas ao processo de secessão no parlamento catalão.

"Nós limitámo-nos a garantir uma coisa muito simples: que o parlamento pudesse falar sobre tudo", afirmou Carme Forcadell, que foi acusada de ter posto em causa os direitos da oposição para facilitar a adoção urgente de leis independentistas.

A formação do novo parlamento e do novo executivo da Catalunha não será tarefa fácil: os independentistas querem voltar a investir como presidente Carles Puigdemont, que está refugiado na Bélgica desde que foi destituído por Madrid.

A maioria no parlamento pretende promover a investidura do futuro chefe do Governo catalão à distância - por videoconferência ou através de representação por um mandatário - com o objetivo que seja detido, ao regressar ao território espanhol. A oposição considera esta solução ilegal.

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