Casuals: os hooligans mais violentos

Agressores detidos farão parte de movimento conhecido da polícia. Sem ligações às claques oficiais, têm um carácter informal e mais violento
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Os agressores detidos pela GNR farão parte de um movimento de hooligans conhecido da polícia, os Casuals. Não tendo ligações às claques oficiais dos clubes, são um movimento informal e mais violento que se instalou em Portugal há mais ou menos oito anos. Ganharam este nome devido ao uso de roupa informal de marca, ténis Adidas, Fred Perry e New Balance que acompanham frequentemente com camisolas de capuz, bermudas e bonés.

Por serem mais informais são também mais difíceis de controlar: viajam em carros próprios, não se vestem com adereços dos clubes de que são adeptos e combinam os encontros na internet, nas redes sociais.

A inspiração dos casuals portugueses veio das claques inglesas dos anos 1980 - os Casuals do Sporting, por exemplo, usam como emblema uma bandeira inglesa pintada em vários tons de verde.

Os Casuals foram responsáveis por um ataque em grupo fora do Estádio do Dragão, no jogo de fevereiro com o Sporting - um arrastão que só foi parado pela claque dos Super Dragões. A sua atuação foi impedida a tiros de shotgun no jogo entre o Braga e Benfica. No jogo do Braga com o Vitória de Guimarães, mais de cem casuals adeptos do grupo bracarense fizeram distúrbios, ferindo três polícias - foram detidos 23. Já em novembro de 2017, no V. Guimarães-Benfica, tinha sido identificado um grupo de 500 casuals do Benfica.

Existem grupos destes adeptos violentos em todos os clubes - sobretudo Benfica, Sporting e FC Porto - e muitos usam as datas de formação dos clubes nos seus títulos, como os Troublemakers 1893, do FC Porto - alguns usam palavras como nação, pátria e orgulho, o que demonstra, segundo as polícias, algumas relações com a extrema-direita. Normalmente, estes grupos reúnem-se propositadamente com o intuito de serem violentos - nomeadamente combinando confrontos com adeptos de outros clubes.

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