Castigo prometido. Críticas ao partido passam a ser comentários "infundados"

A Comissão Central de Disciplina e Inspeção do Partido Comunista Chinês (PCC) anunciou esta semana que vai considerar como "comentários infundados" as críticas ao Partido feitas por membros do próprio fora dos canais "apropriados".

"Algumas pessoas mantêm-se silenciosas em frente ao Comité Central e durante os encontros, mas fazem comentários irresponsáveis depois", afirmou o organismo através de um comunicado publicado no seu site' oficial.

A Comissão Central de Disciplina e Inspeção é um órgão considerado crucial para combater a corrupção e para assegurar que os membros do PCC cumprem com as regras internas do Partido.

[citacao:As infrações mais sérias serão punidas com a expulsão do Partido]

Os membros do PCC passam também a estar proibidos de fazer comentários "infundados" sobre as políticas chinesas nas redes sociais do país, usadas por centenas de milhões de internautas.

No mês passado, um editor do jornal Xinjiang Daily, o órgão oficial do PCC na região do Xinjiang, no nordeste da China, foi afastado do cargo por infrações, incluído criticar publicamente políticas do partido, segundo a Comissão Central de Disciplina.

O Xinjiang é frequentemente palco de conflitos entre a minoria étnica chinesa Uigur e a maioria Han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional.

A China considera os separatistas do Xinjiang responsáveis pela violência, enquanto peritos e grupos de defesa dos Direitos Humanos dizem que a política repressiva de Pequim relativamente à cultura e religião dos uigures alimenta as tensões.

Limítrofe à Ásia Central, o Xinjiang corresponde a 18 vezes o território português, possuindo uma imensa riqueza natural.

Oficialmente ateísta, o PCC proíbe a prática religiosa aos seus funcionários - incluindo os de etnia uigur.