"Caso Sócrates" abre investigação a suspeitas de corrupção no projeto do TGV
A forma como foi negociado o acordo de compensação entre o Estado português e o consórcio que vencera o concurso para o troço de TGV Poceirão-Caia vai ser investigado pelo Ministério Público, num dos 15 processos-crime extraídos da Operação Marquês, que tem como principal arguido o ex-primeiro-ministro José Sócrates.
A notícia é avançada pelo Público. Em causa está o pagamento ao consórcio Elos (que inclui uma empresa do grupo Lena, uma empresa da Odebrecht e o Caixa BI, o banco de investimento da CGD) de uma compensação pelo cancelamento do projeto do TGV decidido pelo Governo de Pedro Passos Coelho.
Na altura, era secretário de Estado das Obras Públicas Sérgio Monteiro, cujas ações serão investigadas pelo Ministério Público. Ao Público, o ex-governante defendeu as suas decisões dizendo que "as orientações [que deu] foram sempre no sentido de minimizar o impacto negativo [do cancelamento] para o Estado. Foi tudo muito transparente e aberto".
Também extraído da Operação Marquês para investigação estão casos como o dinheiro alegadamente pago ao professor que ajudou Sócrates na tese de doutoramento que este apresentou em Paris, bem como os montantes supostamente pagos a um bloguer para escrever bem sobre as ações do então primeiro-ministro.